domingo, 31 de outubro de 2010

Fera ferida

Uma tendência natural do ser humano é a defesa por meio do ataque.
Quando a gente se decepciona com uma pessoa, de forma que a ferida venha a arder mais do que imaginávamos, tendemos a denegrir aquele que nos cativou, para nós mesmos e para os outros, porque isso, de certa forma, nos desliga um pouco das qualidades e bons momentos presentes na memória.
Principalmente aquelas pessoas que são mais flexíveis aos relacionamentos e que não expressam tanto suas vontades e opiniões. Aqueles que preferem ficar quietos, não falar, não discutir r acabam engolindo mais sapos que deviam.
Esses se revelam, se transformam!
Falo isso com autoridade porque eu era assim. Não reclamava, pra mim tudo tava bom. Mas quando me decepcionavam pra valer, eu era a primeira a apedrejar a criatura em praça pública! Odiava, detestava, nunca prestou e eu sempre soube disso! Aquelas coisas que a gente fala quando tem raiva da pessoa...
Mas com a experiência a gente aprende mais, aprende ainda mais com os erros nossos e dos outros, e passa a falar mais o que pensa, a colocar as nossas cartas na mesa, abrir o jogo, falar o que sente e não ficar se repreendendo nem reprimindo aquilo que sentimos e queremos.
A gente aprende que não adianta quere odiar, detestar, fazer sumir do mapa... Porque aqueles que tem que ficar no nosso coração, palavrão nenhum, adjetivo nenhum pode mudar... Porque eles permanecem apesar da lama que queremos jogar neles, na tentativa de ofuscar-lhes o brilho que trazem pros nossos olhos.

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