quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nossa História

Caminhava uma caminhante. Errante. Sem direção alguma. Tinha os pés cansados e nas mãos um pedacinho de esperança. Os bolsos vazios de vinténs do mundo. O que podia lhe comprar com isso?
Mas o que almejava tanto, não existia no mundo moedas para pagar. Tinha buscado tanto. Debalde.
E mesmo assim caminhava. Como se uma força a impulsionasse. Um dia chegaria, a tal força dizia.
E pensando em repousar seus pés, sentou-se a beira de um riacho. Ali corriam águas claras e cristalinas, como lágrimas felizes de uma mulher ao rever seu amor.  Olhou para as pequenas ondas que desciam rápidas, ligeiras como se fugissem, e como se tivesse fugido do tempo por alguns segundos, do outro lado do riacho, surgia um homem cansado e belo, buscando ali matar sua sede. Com os mesmos olhos dela, olhos aqueles que também buscavam debalde aquela mesma coisa, aquela mesmo pulsar. E uma Força Maior o fez parar ali para beber da mesma fonte.
E foi ali, naquele instante, no mesmo rio em que repousavam e buscavam alento que reencontraram-se, reconheceram-se, re-sorriram-se, como há muito não sorriam pra ninguém. E o caminho de um encontrou o outro. E os pés passaram a caminhar juntos. As esperanças multiplicaram-se como flores da primavera. Os bolsos, ainda continuam vazios de vinténs do mundo, apenas o necessário para viver. Mas de que mais precisam? Aquilo que procuravam tanto, encontraram e seguiram juntos, na infinita estrada da evolução.