domingo, 30 de dezembro de 2012

Por um 2013 com mais amor e menos carência

Custei a acreditar que o rapazote sofria desse mal.  Mas não foi muito difícil identificar porque os sinais são sempre os mesmos. Aparente paixonite no início para depois, puf, sumir.
Palavras doces depois do primeiro encontro e um silêncio sem gosto que nunca faz chegar o segundo.
A gente nunca quer admitir que foi vítima da carência alheia. Mexe com o ego, não faz bem pra saúde emocional. Mas acontece e certamente já fizemos os outros passarem por isso. Que atire a primeira pedra quem nunca levou um relacionamento, uma ficada, um qualquer coisa adiante por carência.
Não gosto de generalizações, mas eu observo, pelo menos com as minhas amigas e afins, que nós, mulheres, temos uma particular dificuldade em identificar e aceitar que sim, o rapazote cujo qual estava nos fazendo felizes, sofre de carência e nós somos alvo dessa carência.
Nós inventamos 2000 desculpas para nós mesmas para justificar os mios, as mancadas e o aparente descaso que se segue, quando a carência dele passa e a nossa continua.
A gente insiste, achando que é a personalidade do fulano que é assim, ele é mais quieto mesmo, esqueceu o celular no carro por isso não me respondeu, tá dormindo até mais tarde por isso não me atendeu.
Não. Não é isso, fia. Ele estava carente, saiu com você, a carência dele acabou e você acabou junto. Ok, pode até ser que ele tenha uma nova crise de carência, mas po, por que a gente vai insistir num fulano que sofre de carência?
Tem tanta gente legal nesse mundo, mais disposta a ir com você no cinema, te levar pra tomar alguma coisa, ou conversar em qualquer lugar pelo simples prazer e interesse em estar com você.
Existe ainda aquele problema que se sucede depois que somos "vítimas" da carência alheia. Ficamos carentes e vamos lá, procurar um outro cara que satisfaça nossa carência. Tudo que o filho da pulga fez com a gente, a gente vai lá e faz com outro. É um ciclo de carência vampirística. Ele me morde e eu viro carente, daí eu vou lá, mordo outro que vira carente e assim caminha a humanidade, num ciclo vicioso de pessoas carentes, sem propósito, amor próprio e amor pelos outros.
Aproveitando a data que se aproxima, data em que a gente traça um monte de metas para o ano que se aproxima, tracemos uma meta sólida, que vai nos fazer melhor e fazer o mundo melhor:  mais amor e menos carência.
Não quero ser mais uma vampira carente em busca do próximo babaca que vai suprir o vazio que alguém deixou.
Acho que nós, humanos, apesar de todas as infinitas cagadas que fazemos todos os dias, temos algo de melhor em nós.
Que 2013 nos inspire a despertar esse algo bom!
Por um novo ano com mais amor e menos carência!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012 - O novo sempre vem!

Precisava fazer uma retrospectiva de 2012! Nossa, 2012, que ano incrível!
Disse esses dias para minhas amigas que 2010, 2011 e 2012 foram os loopings da minha vida. Três loopings, mas se não fossem eles, não seria quem eu sou hoje. E sou feliz.
Esse ano muitas coisas boas aconteceram. 2012 não começou tão bem. Eu ainda estava meio infeliz com os rumos da minha vida. Mas ei, quem disse que o looping está no começo da montanha russa?
A partir de março minha vida deu uma mega guinada. Criei coragem e voltei a dançar. Sim, senhores, porque é preciso muita coragem pra dançar. Pra assumir que um dia estive errada, mas foi necessário errar para aprender. Coragem pra fechar a boca, voltar pro regime pra ficar linda nas roupas com a barriga de fora e me sentir bem, mais uma vez, comigo mesma. Coragem para reaprender, ensaiar, se dedicar e nossa, valeu a pena! Cada gota de suor, cada centavo, valeu tudo! Dança, eu te amo! É nóis, 4ever. hahahaha
Nesse ano aconteceu uma incrível coisa maravilhosa na minha vida, coisa essa que me fez mudar os rumos de tudo e seguir meu coração. Guardei os fragmentos da paixão pelo jornalismo numa caixinha e decidi: vou ser professora.
Por que? Porque o gato bebe leite, o rato come queijo e eu? Eu sou professora (assistam "O Palhaço" e vocês entenderão essa minha colocação!).
No tempo que tranquei o curso de Jornalismo até conseguir me matricular em Pedagogia, eu fiz um curso de maquiagem incrível que me deu base para me aprimorar mais nessa área que é uma paixão latente, com isso, comecei a trabalhar também com maquiagem.
Então, arranjei um emprego que me fez sair do casulo da vida mansa: professora de dança na Apae da minha cidade.
Renasci. E renasço toda vez que estou com meus alunos que amo tanto e me fazem ver quão maravilhosa a vida pode ser!
E nesses ganhos todos, conheci pessoas incríveis no curso de Pedagogia. Alunos, professores e pessoas que me ajudam a descobrir a cada dia que foi para isso que nasci.
A partir de agosto, voltei para meu tão querido Colégio Crescer, ensaiar a nossa super festa de fim de ano, que aliás, foi incrível mesmo! Seis meses de convivência, amor, cumplicidade, carinho e dedicação! Já estou com saudades!
Nossa, tanta coisa linda aconteceu nesse ano que nem sei dizer!
Nesse ano consegui ter mais tempo e me senti mais preparada para estudar e trabalhar no Espiritismo. Quantos amigos queridos encontrei nessa seara bendita do Cristo! Quantas alegrias infinitas ainda nos esperam pelas sendas de Luz do Evangelho! Senhor, bendito sejais por me permitir isso! Obrigada!
Nesse ano eu descobri mais um pedaço de mim. Pedaço esse que percebeu que não precisa de um amor eterno, uma paixão relâmpago ou duradoura, para ser feliz pra sempre.
Amar é lindo, mas esse ano não foi exatamente o "ano do amor". Tive pessoas importantes nesse ano ao meu lado, mas foi o ano que a Gabi precisou para se descobrir capaz de viver sem uma muleta, ou de alguém pra cuidar. Precisou descobrir que antes de cuidar só dele ou daquele, tinha que cuidar dela. Não adiantava sair por aí remendando os corações alheios enquanto o dela estava todo furado, cheio de retalhos para remendar.
Não foi absolutamente fácil descobrir isso, nem indolor, mas valeu a pena, foi necessário, preciso. Hoje nós somos uma só.
Precisei me afastar do que eu achava que era meu pra ver que ninguém é de ninguém, e que nada é nosso. E assim, me libertei dos velhos hábitos, dos discos riscados, das camisas de linho amareladas, abri espaço no guarda roupa e no coração. Que eu tenha amor, paz e sabedoria para saber o que colocar ali nesse novo ano que se aproxima!
Só tenho a agradecer a todos vocês que, de alguma forma, fizeram parte desse grande ano que foi 2012! Parece que vivi e cresci 5 anos em 1. Mas foi só 2012 que foi gentil, apesar de as vezes um pouco duro e ríspido, mas é de uma alegria imensa parar, fazer o saldo do ano e perceber tantos ganhos, acertos, alguns tropeços, mas sempre mãos entendidas e amorosas dispostas a nos ajudar a levantar!
Obrigada Senhor, Obrigada Jesus, Obrigada Espiritualidade Amiga! Quão grande é minha gratidão para convosco por tantas bençãos recebidas, não apenas as alegrias, mas também as dores, os sofrimentos que nos fazem evoluir! Obrigada!
E agradeço a vocês, queridos leitores que aqui me acompanham, riem, choram e se divertem comigo, obrigada pela companhia!
Que 2013 seja um ano de muita paz, amor, fé, realizações, esperança e novidades! Porque o novo sempre vem! Obrigada, Senhor, pela infinita benção do recomeço!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cadu

Cadu, por que você demora? Por que não chega logo?
Essas noites tão quentes, falta o ar pra respirar. São mosquitos, pernilongos, sapos no quintal e um barulho horrível desse ventilador velho, que só faz circular esse pouco ar que não sacia a minha sede, como a água que já esquentou nesse copo ao lado da minha cama.
Cadu, as coisas seriam mais fáceis se a gente se entendesse. Se você chegasse aqui numa sexta a noite, nem que fosse as uma e meia da manhã e dizesse: "eu estava morrendo de saudades de você". E depois você poderia tomar água gelada, guaraná ou até uma cerveja. E eu poria a rede no Sol, um dia antes de você chegar, pra ela não cheirar mofo nessa noite de sexta. Com esse calor, ficaríamos na rede, observando as estrelas no céu, alguns relâmpagos que anunciam uma chuva que parece que nunca vai cair.
Cadu, eu acordo de madrugada entediada e penso, não precisamos dormir abraçados, está calor mesmo. Mas se você estivesse aqui, talvez existisse alguma brisa mais suave, um vento da madrugada que refresca os corpos e acalenta os corações.
Por que você é tão difícil, Cadu?
Você podia ser objetivo, ao invés de me levar nesse banho-maria, eu já estou cansada da sua fala mole, do seu jeito frouxo e do seu descaso.
Olha, Cadu, é a última vez que escrevo pra você. É que eu li um livro que dizia que quando as chuvas chegarem o amor virá torrencial. Astrologia barata com meteorologia de quinta. Mas quando eu penso em você, Cadu, é só estiagem, seca e calor.
Mas olha, lá no céu, acho que eu vi um relâmpago...

domingo, 23 de dezembro de 2012

Adorável Cafajeste

Eles vivem em bandos mas também tem uma rotina solitária. O seu habitat natural depende do seu humor. Eles são definidos em tipos apesar de fazerem parte da mesma espécie. Se alimentam de carne branca, morena, loira, ruiva, sem distinções, mas presam pela estética da presa. Tem mais de uma parceira mas fazem você jurar que é a única.
Cafajestes. Onde vivem? O que comem? O que fazem? Como fugir ou fisgar um deles?
Hoje no Globo Repórter.

Isso aí minhazamiga! Há algum tempo atrás eu havia escrito um texto sobre "Os Cinco Tipos Básicos de Cafajeste". Ok, mas hoje vamos falar de um novo tipo, uma variação do Cafa Romântico com o Cafa Original.
Senhoras, apresento-lhes ele: o Adorável Cafajeste.

Não é legal a gente se engraçar ou se apaixonar por um cafajeste. É sofrimento e burrice na certa. Ok, mas e quando a gente não percebe ou não quer perceber que o bofe em questão é um cafajeste?
Ele demora um dia inteiro pra responder sua mensagem, mas quando responde, é um lindo. Daí você justifica o atraso (ou descaso) dele com aquelas frases do tipo "ele deve ter trabalhado muito e não teve tempo de me responder". Ok, girl, se iluda. beijos.

Eu dizia sempre que tinha queda por esse espécie detestável de homens. 2012 mudou um pouco essa minha teoria. Os poucos relacionamentos que tive não foram com cafajestes em peso. Talvez um ou outro tivesse uma tendência a cafajestagem, mas quem está livre néam?
Porém, a gente sabe, minhazamiga, bem lá no fundo, quando nosso GPS apita e diz "Cafajeste Detected". A questão é: vamos apertar o botão "Lembre-me mais tarde" ou vamos ficar atentas?
Se ficamos atentas, devemos parar e fazer um mapeamento minucioso do comportamento do indivíduo para perceber de qual tipo de cafa ele faz parte.
O pior de todos é ele, minhazamiga, letal, fatal e amável: o Adorável Cafajeste.
Esse espécime encontrado nos bares da Avenida Paulista ou mesmo nas redondezas das cidades interioranas, costumam ter pelagem morena, são esguios, de sorriso dócil e cheiro marcante. O Adorável Cafajeste é uma mistura do "Cafajeste Romântico" porque ele fala frases fofas, te manda torpedos lindos e depois, some. Assim como faria o "Cafa Original".
Você até se faz de forte. Procura se controlar frente as investidas dele, tenta demorar mais pra atender um telefonema, responder uma mensagem, mas não dá. O poder de hipnose desse desgraçado animal é de 200% sob as vítimas, mulheres metidas a bem resolvida e com o "não caio mais nessa" na ponta da língua.
Eles levam a gente no bico. E a gente sabe disso...Oh God, why?
Institutos de mulheres mais duronas estão investindo em pesquisas em busca do antídoto contra o efeito apaixonante que essa espécime tem.
Oremos e fiquemos atentas, eles estão em todos os lugares e nós podemos ser as próximas vítimas.
Mas já somos né minhazamiga?
Porque eles são meus, seus, nossos... Adoráveis Cafajestes. (suspiro)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Três xícaras de café para Bel

Estava sentada, olhando o vento bater nas árvores enquanto os últimos raios de sol deixavam o céu alaranjado e rosa. Do jeito que ela gostava.
"Bel, vem tomar café". Uma voz grita de dentro.
" Já vou" responde sem empolgação.
Olhou para seus pés, precisava fazer as unhas. Depois olhou em volta de si. Um lugar verde e calmo, uma paisagem bonita, um coração tranquilo, mas um vazio sem eco, com nome e um suspiro.
Não fazia nem uma semana, mas o descaso dele doía.
"Ele não é ninguém". Dizia para si, convencendo-se de que de fato, o que significam essas pessoas que tem menos de uma semana de duração em nossas vidas? Nada.
Mas ele não. E por mais que soubesse que talvez ele pudesse vir a ser tão babaca quanto aquele amigo dele, porque ela sabia quem era, pensou que atrás daquele cara descolado, vivido, de camiseta preta desbotada e sorriso redondo, tinha alguém que ela gostava.
Gostava sim e não adianta esconder quanto a gente gosta, pensava. Tudo bem que ele estava na vida de Bel há uma semana, mas quem disse que sentimento pergunta se a gente quer, quanto tempo dura ou qualquer coisa do gênero. Quando a gente gosta, gosta na lata.
E Bel tinha gostado dele. Mas ele não apareceu mais. Era lacônico, distante, frio. Ele parecia uma tsunami quando se viram, mas depois, virou uma marola.
E o peito dela de oprimiu, porque ele era tão lindo e os finais de semana na fazenda seriam encantadores com ele ao seu lado.
Caminhar entre as macieiras, molhar os pés no riacho, fazer um pique nique a toa, numa sombra de uma árvore qualquer, ele combinava com isso e se lembrou do dia que conversaram tanto, nossa, podia passar a vida conversando com ele. Ela podia imaginá-lo sorrindo e num instante, sorriu.
E se pegou sorrindo. Estremeceu. Desiludiu-se e pensou que se levou uma semana pra gostar e ter saudade dele, talvez mais uma semana pra esquecê-lo seria o suficiente.
Levantou-se, sacudiu a cabeça como quem busca afastar os pensamentos e foi tomar café. Café, que abrasa os corações desiludidos. Três xícaras de café para a Bel, tia, por favor.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Relato de uma princesa que desceu da Torre

Desci da Torre. Cansei. E dispensei o dragão, senhores.
" Não necessito mais dos seus serviços, por ora. Vá para o Caribe, senhor dragão". Ele foi, mas cá entre nós, pense num dragão tapado. Porque no script tava que ele só ia deixar o príncipe entrar. Alok, né, dragão, cheirou cola e comeu a lata, porque príncipe, pff...
Até apareceram uns príncipes made in China, a gente se ilude tanto com esse tipo de produto, né, minhazamiga?
Achei que ia ser uma revolução. Mandei pombo correio pra todazamiga princesa falando: AGORA VAI!
Mas quem disse que o felizes para sempre vingou? Vingou bosta que vingou. E ainda bem que não. Fico pensando eu, essa linda criatura divina, tendo que passar as camisa daquele condenado, ponta de estoque, produto barato e propaganda enganosa. Ufa! Vaya com Dios, desgraça!
Mas ninguém disse que vida de princesa da torre era fácil, néam.
 Daí eu decidi que não entrava nem príncipe mais. Seria uma princesa solteirona, feminista, feliz e desencanada. E levei meu projeto firme e forte. 
Fechei meu coração e tava bem convicta de que ia demorar umas décadas pra eu abrir de novo os portões do castelo encantado que bate no meu peito. Ok, princesa, até que um dia acordei feliz, amável e senti que a vida abria meu coração por mim. E não é porque tinha um bofe no pedaço, na verdade não tinha, mas o coração da gente é assim. Não é quando a gente quer e nem como... Ele simplesmente desabrocha, como uma flor que sabe o tempo de abrir. 
Na hora fiquei tensa, mas depois fui me acostumando a ter as pétalas mais vivas e o sorriso quente.
Mas, pohan, ficar aqui na Torre again, esperando aparecer outro príncipe ou voltar um outro, começar tudo daquela velha maneira... Ah, já deu, né, princesa?
Daí decidi mesmo que ia descer da Torre...
Por que esperar pelo príncipe encantado se a gente pode trombar com ele num barzinho por aí, numa cafeteria qualquer ou marcar um encontro no sábado, no domingo, ou num dia que der vontade?
Por que seguir manuais de etiqueta de "como deve se portar uma princesa" ou "Princesas espertas fazem c* doce" sendo que a gente pode mandar sms quando der vontade, até ligar, ou dizer, no ímpeto que está com saudades?
Quem disse que essas fórmulas todas dão certo? E se eu seguir e mesmo assim, não der em nada? Freud explica? Explica mas não resolve, néam?
Eu desencanei desses manuais. Não conheci, até hoje, uma princesa que tenha sido feliz para sempre seguindo esse monte de regra vomitada por alguma mal amada que encontrou a fonte da ilusão.
Aliás, desci da Torre. E tô alugando... Favor entrar em contato direto com a imobiliária. Fica no reino mais próximo. Quanto a mim, digam que fui por aí...





segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sobre o coração, Gabi e o nós, finalmente!

Daí eu pensei " temos um coração inteiro pela frente". Um coração, uma vida. Não adianta a gente se fechar a vida toda, fugir, se esconder. E também não adianta se forçar a gostar de alguém, engolir o amor goela abaixo. Se tem uma coisa entre as várias que a gente não pode controlar nessa vida, é o coração.
Não sou eu quem decide quando ele vai descansar, quando ele vai se apaixonar. Não sou eu quem escolhe por quem ele vai se apaixonar, quanto tempo vai durar, se vamos casar e ter filhos, ou se vou esquecer você daqui uma semana.
Bem que eu e a torcida do Curintia, do Flamengo, bem que o mundo gostaria que fosse assim. Tem gente que assim como eu, ainda teima um pouco nessa coisa de controle do coração. Mas não é assim. Também se fosse, não teria a menor graça.
Passei 2012 com o coração tranquilo. Não foi o ano do amor. Não foi mesmo. Paciência. Mas foi ótimo. Aprendi que não adianta forçar o coração, que não adianta a gente colocar uma foto da pessoa no nosso mural, olhar pra ela todos os dias e dizer " AME O FULANO, É UMA ORDEM!".
Não adianta a gente engatar um namoro, um romance se o coração da gente precisa de paz, de sossego, de coragem.
Sim, porque o que falta as vezes é coragem. Coragem pra se jogar num relacionamento que a gente nem sabe se vai virar um relacionamento. Coragem pra admitir que talvez eu tenha me apaixonado de primeira e que você caberia perfeitamente ao meu lado na sombra da goiabeira, sabe. Ou mesmo coragem pra dizer não, não quero mais. Pra mim chega, basta. Vou viver uma nova história, não a sua história.
E não adianta a gente romper barreiras, quebrar muros, construir pontes porque uma determinada pessoa chegou em nossa vida e a gente gosta dela e quer vir a gostar mais. Se não estivermos preparados, cedo ou tarde, depois da demolição, voltaremos a nos blindar de outras maneiras, sabe.
O coração precisa de tempo. Tempo pra respirar, pra se entender, pra perdoar o passado, pra se perdoar pelo passado, pra ter fé no presente e coragem, confiança e amor pra seguir pro futuro.
2012 foi um ano de descanso pra esse coração sonhador que trago no peito. Ele passou grande parte do tempo descrente, distante e quieto. Não deu muito espaço nem abertura pra quem quis cuidar dele. Uma pena talvez. Mas foi necessário.
Esses dias, do nada, sem que ninguém chegasse, sem mesmo existir um outro coração que incitasse o meu a bater mais forte, decidi sair do peito.
Estava Sol lá fora. Já era dezembro. Pássaros cantavam. A felicidade de um ano bom que já ia, porque apesar de tudo, 2012 foi um ano incrível e o cheiro, a energia boa desta época que anuncia promessas de um futuro bom acenderam uma luz em mim. Algo novo e meu...
Porque só de ser novo, é uma vitória.
Conseguimos, Gabi. E nós sabemos que não foi fácil...
Pela primeira vez em todos esses anos consigo sentir o coração livre novamente. Em paz, sem remorso ou rancores.  Essas dificuldades todas foram necessárias pra gente crescer e falar a mesma língua.
Eu e meu coração somos uma coisa só. No caminho certeiro da fé que Deus colocou em nós, olhando pro horizonte belo que se anuncia, mesmo sabendo que ainda virão tempestades, lágrimas e alguma dor, posso dizer que estou feliz porque sei que posso amar novamente. E ninguém me disse... Fui em quem descobri!
É, abram alas para o amor...
Que ela seja doce, amigo, intenso e eterno enquanto dure...

domingo, 9 de dezembro de 2012

Néctar

Eu cheguei meio zonza, sem saber como agir e pensando como a gente age depois, mas pensei mais um pouco e me joguei na cama.
Ah, Luiza, você e seus devaneios... Disse para mim mesma enquanto os detalhes tão sutis poetizavam algumas atitudes que poderiam passar despercebidas, mas não para mim.
Fiquei ainda procurando palavras pra descrever esse gesto, que eu não sei se é de propósito ou força do hábito, mas se for hábito, que sutil pensamento tem ele quando faz isso...
Sai a procura de um bar e de Giulia pra conversar. Talvez ela pudesse me entender. Mas ela não podia, estava num encontro com um tal Rico, que ela riu quando pronunciou o nome dele. Disse que era a sorte grande do Natal.
Eu fui para o bar de sempre sozinha, com um livro sobre Caravaggio, cheio de ilustrações pra povoar a minha mente. Era o que eu precisava. E um café descafeinado, pra dormir bem depois.
Mas a minha mente não deixava e enquanto eu via a fumaça do café bailar e desaparecer naquela atmosfera lânguida que me encontrava, me questionava: por que alguns poucos homens seguram em nossos faces quando nos beijam?
Não sei, esse lance de um homem segurar o rosto de uma mulher quando a beija, ou mesmo, tocar na sua face, como se naquele toque ele pudesse ler tudo sobre ela.
E pensei que os poucos homens que seguraram meu rosto dessa forma foram homens especiais que cruzaram meu caminho. E segurar o rosto dessa maneira me fazia pensar em algum mito grego, que talvez nem existisse, mas onde o rapaz bebia o néctar de uma flor aquática, mística, que ele segurava com as duas mãos num gesto de delicadeza e veneração, fechando os olhos.
Suspirei. E me perguntei porque esse gesto mexia tanto comigo.
"Luiza..."
Alguém quebrou meu silêncio e eu fingir estar lendo o Caravaggio.
" Oi, Luiza..."
Eu sorri. Ele se sentou. O rapaz do mito grego que segurava a flor com as duas mãos e sorvia o néctar dela.
Enquanto ele se aproximava, eu esperei e me perguntei, "será que ele vai fazer isso de novo?".
Então ele se aproximou, ficou olhando pra mim enquanto eu sorria. Tirou a franja dos meus olhos e levou suas mãos de dedos longos e unhas quadradas em direção ao meu rosto. Trouxe-me para perto de si, juntou seus lábios no meu e sorveu de mim o néctar.
Foi então que eu acordei...

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O dia que você morreu pra mim...

Vai fazer um ano que coloquei um ponto final na nossa história. E hoje, nenhuma daquelas músicas me comove mais.
Você desfila por aí com uma versão falsa e mal feita de mim, de cabelo tingido e nariz grande. Ela é sensacional. E você não me comove mais.
É como se você tivesse morrido. Como se naquele fatídico dia que nos vimos pela última vez eu tivesse tido a notícia de que você estava doente e morreria.
Chorei muito. Não queria deixar você ir. Como uma droga que satisfaz o viciado, você era quem satisfazia os meus sonhos frustrados e esperanças despedaçadas pela vida. Eu tinha alguém pra culpar que não eu. 
Mas os dias iam passando, vez ou outra eu chorava. Sentia sua falta, ainda me comovia quando ouvia todas aquelas músicas, quase te liguei tantas vezes depois.
Pensei que você seria dessas histórias lindas que eu guardaria no meu peito e que iria morrer com a esperança de encontrar você no além.
Mas tamanha a minha surpresa o dia que você morreu pra mim. 
Foi horrível constatar que aquele homem que eu amei, que eu cuidei, que eu fiz um monte de besteira por causa dele, não existia mais. Tinha morrido no meio de uma tempestade de sentimentos violentos, remorso, mágoas e decepções.
Eu quis ser gentil. Eu quis preservar o mínimo. Mas você conseguiu ser mais estúpido do que todas as vezes que você foi estúpido na sua vida. E daí, você morreu pra mim.
Constatei tudo o que eu amava em você, não existia mais. Que você não existia mais. Você só era um homem com um monte de propósitos, mas sem propósito algum, que encontrou na minha réplica falsa e loira um consolo para os seus dias solitários, vazios de respostas, carentes de verdadeiros afetos e com um mar de arrependimentos que lhe arrastaram para o que você se tornou hoje. Frio, egoísta e vazio.
Eu não quero amar alguém assim. Eu não tenho amor pra amar o que você se tornou. 
Talvez você fosse uma grande mentira mesmo. Mas agora não é hora de pensar nisso.
O assombro da sua morte já passou. Hoje você só me dá repulsa, um pouco de desgosto e uma série de arrependimentos que não cabe aqui dizer.
E não adianta você jogar a culpa nos meus ombros. Cada qual tem seu Mea Culpa pra bater no peito. E eu sei a força do meu punho em mim mesma, não vou me ferir carregando seus remorsos, me cobrando por algo que você nunca pode e nunca soube me dar.
Penso, com remorso, que talvez tenhamos que acertar nossas contas e dívidas, que não são poucas, em outra vida.
Mas até lá, pra mim você já morreu.
Você mesmo se enterrou. Eu apenas o sepultei. E no momento em que joguei as rosas em memória de tudo que vivemos, senti que não volto mais pra pisar ali. Acabou. Estou livre de você. 


Carta ao Papai Noel versão 2012

Querido Papai Noel,

Eu sei que a carta tá chegando em cima da hora, mas você sabe que minha vida é assim, né? Dá um desconto e me leia até o fim, por favor...
Fala véio, qué dizê, fala gato de barbas brancas e óculos vintage, como vai essa beleza toda?
Espero que esteja bem. Descansou o ano inteiro pra dezembro se fuder de tanto trabalhar né? Tamo junto mano No!
Eu gostaria de ter tido mais tempo pra lhe escrever esse ano, lhe fazer uma chantagem básica como a do ano passado, porque cá entre nós, funcionou bem né?
Mas esse ano eu virei uma pessoa do bem, sabe...
Não que eu já não fosse, mas eu dei uma guinada na minha vida e tô procurando plantar sementinhas belas, rosadas e perfumadas. De tempestade já tá bom né, No, você me entende...
Por isso, vim aqui, reconsiderar minha afirmação do ano passado.
E ela era a seguinte:
"Tava aqui pensando que o senhor podia me arranjar um namoradão digno pra eu passar esse 2012 bem acompanhada né, já que vai ser o último ano memo, Um boy magya de verdade sabe? Podia ser alto, bonito, sexy, engraçado, inteligente, mas enquanto eu pensava nas qualidades eu me lembrei que todos os anos que eu pedi um item do gênero "Afetivo" pro senhor, o senhor só me mandou ponta de estoque."

Veja bem, No, talvez você tenha mudado a sua produção de boys magya, certo? Talvez você tenha procurado novos fornecedores? E talvez esse ano que eu fui uma santa, quem sabe, eu venha a merecer Um Boy Magya Delluxe Version 2013?! Han? Han? :D
Pois bem, No, pense bem no meu caso...
Sabe, esse ano de 2012 que eu desconsiderei presentes do gênero afetivo eu diria que foi um ano de bastante paz na minha vida. Consegui ter tempo pra mim, fazer um monte de coisas que eu queria, me conhecer melhor e tal....
Mas 2013, né... Que tal você caprichar e me trazer meu morenão de zóio verde, cheio de amor no coração, cheirando perfume de macho e com uma incrível capacidade de me fazer rir e mais, me amaaar S2 LOVE IS IN THE AIR S2
Fala sério, No, tô apaixonada por ele sem mesmo conhecê-lo, hein, por isso, capricha...
Tô sendo mais do que legal em te dar uma segunda chance, por isso, não me decepcione, hein?
Ou aquele SEU segredinho vai passar a ser NOSSO segredo de novo e nem Rudolph, aquela rena metida do caçamba, poderá lhe salvar! MUAHUAHUAHUHAUHAUHA (isso foi minha risada maligna)

besos muy gratos e amicos

Gabi linda