quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

"Agora que você é natureba" - Sobre mudanças, rótulos e viver bem consigo mesma

É difícil mudar. Toda mudança exige um pouco de dor e esforço. Como a lagarta que vira borboleta e sai do casulo.
Às vezes deixamos transparecer nossa dor e nosso esforço durante essa mudança. Outras vezes é no recôndito da nossa intimidade que ela acontece. Silenciosa como o nascer de uma borboleta.
Confesso que 2013 foi o ano da mudança. Acontecerem n coisas na minha vida que me fizeram mudar, e no meu ver, mudar pra melhor.
Eu não vou delinear todas as mudanças aqui porque o foco desse texto é falar de uma mudança específica e que hoje me coloca um rótulo meio chato, uma condição encarada com escarninho e que incomoda as vezes. Porque agora eu sou "natureba".
Eu já escrevi pra vocês o "Yes, we can!" sobre meu processo de emagrecimento. Mas emagrecer não é tudo sabe. É claro que é uma delícia emagrecer, mas e a saúde, como vai?
Em 2013 eu tive aquela maldita bactéria no estômago Helicobacter pylori e tomei um coquetel Molotov de antibióticos e remédios que debilitaram minha saúde, tudo isso pra matar essa infeliz bactéria.
Durante os dias que fiquei de cama, pois as reações as medicações foram inúmeras, o tempo que eu estava acordada, porque eu só dormia, eu pensava que tudo isso que eu estava passando, de certa forma, era fruto da minha má alimentação e dos meus maus hábitos. Desde a gastrite e o refluxo que eu tratei antes de tratar a H.pylori, só havia uma pessoa pra culpar. E uma culpa idiota porque a mudança podia ser muito simples e se eu tivesse pensado nisso antes de comer tanta coisa que me fazia mal, talvez não estivesse ali, cheia de dores e com aquela sensação de que eu nunca mais iria conseguir comer nada na vida.
Então, eu decidi ir a uma nutricionista e ela mandou a real pra mim.
Me deu um cardápio, daqueles que tem tudo que você já sabe, mas não faz, e tchau e bença.
Conforme os dias iam passando, eu ia gostando mais e mais de comer e não sentir dores nem ansiedade depois.
Fazia todo sentido do mundo pra mim comer um prato inteiro de salada verde antes de comer arroz integral, um filé de frango magro, feijão e legumes cozidos com pouco sal.
Nesse processo, a vida me deu um presente maravilhoso, meu namorado. E ia ser muita hipocrisia minha se eu negasse a participação dele como coadjuvante na minha mudança. Ele, por si, já tinha hábitos saudáveis, e com a nossa convivência, passei a experimentar várias coisas que antes eu fazia "eca" e a compartilhar os hábitos de vida dele na minha alimentação.
Com isso tudo aí, ganhei a coroa, o cetro e a faixa de "Natureba".
É claro que eu já rotulei e de vez em quando (não devia, mas ainda faço), rotulo algumas pessoas com adjetivo contemporâneo.
Mas o fato é, cara, eu não sou natureba. Não me considero, aliás, me vejo ainda muito distante da "naturebice" ideal pra nunca mais precisar tomar remédio, sabe.
Se hoje eu me alimento melhor do que ontem, é porque eu sofri as consequências, e não foram poucas, do meu descaso com aquilo que Deus me deu para ser o meu templo: o meu corpo.
Hoje, eu aprendi que tomar suco de frutas, sucos que ajudam a gente a desintoxicar, de manhã ou no fim da tarde, podem fazer eu me sentir mais bem disposta, sentir que eu estou cuidando melhor de mim.
Hoje, eu não como mais carne de vaca. Porque não me faz bem, minha digestão fica lenta, me sinto mal e sei que um dia, no futuro, essa vai ser a realidade da humanidade.
Dai as pessoas me dizem "ah, mas você AINDA come frango e peixe?!".
Pois é, cara. Eu ainda como e por essas e outras, por ainda amar comer uma polenta frita e comer churros com doce de leite vagabundo é que eu não me sinto natureba.
É uma mudança, um processo contínuo. Não estou seguindo nenhuma dieta da moda, apenas as receitas de sucos desintoxicantes que eu adorei cada um deles, tomo por prazer e por saber que faz bem pra mim. Mas de resto, vou seguindo o bom senso que eu nunca ouvi antes pra ter uma vida mais feliz, saudável e libertadora. Quer vocês me achem natureba ou não.


Voltando...

Eu me dei conta que esse espaço estava abandonado quando senti necessidade de escrever. E não é que não tenha tido necessidade de escrever antes, eu tive, mas não tive tempo.
Hoje, criei vergonha na cara e vim dar uma repaginada aqui. A princípio vai ficar assim mesmo e depois eu vou vendo o que eu faço. 
Nada de estresse, pânico, desespero ou vontade de fazer mil coisas ao mesmo tempo.
Neste ano, prometi pra mim que vou tentar viver um dia de cada vez. E que assim seja.