segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Não me acorde!

Eu não me lembro de ter tido uma sensação como essa. Mas ao acordar naquela sala clara e ver sua cara de sono sorrindo pra mim, foi... indescritível.
No meio de tantas incertezas, tantas reticências, eu vi um ponto na minha frase.
Você.
Você tirou meu ar, tirou meus pés do chão, me ensinou a voar mais alto do que eu já sabia. Você me entendeu num olhar e eu disse amém.
O sol fraco das cinco e meia da manhã entrava pelas janelas e iluminava seu rosto angelical e aquela sua carinha de "ai que sono". Mesmo recém acordada, tendo tudo pra não lembrar de muita coisa, essa cena ficou na minha cabeça e está até agora, tão viva e tão certa, assim como você dentro de mim.
Desde a primeira vez que nos vimos, com o desenrolar de tudo, do jeito como aconteceu, eu sempre quis, da maneira mais pura e inocente, deitar ao seu lado e dormir com você. Simplesmente dormir, só isso. Com a candura que eu jamais quis antes. Eu só queria estar perto e você na hora que você sonha. Eu só queria ser o seu sonho, ou estar neles.
Eu me sinto tão leve e as palavras vem como nuvens na minha cabeça.
Obrigada por tirar meus pés do chão da maneira mais doce que poderia ser.
Agora eu estou voando...
Ah, e se isso for um sonho não me acorde...
Só me acorde se você estiver me esperando com a sua cara de sono, sorrindo pra mim, dizendo "Bom dia, Amor...".

Ah, o Amor...

Aquele sorriso levemente fechado, aquele sorriso que não é preciso nem mostrar os dentes pra ser real e sincero. Aquele olhar tão próprio, aquele jeito de olhar. Aqueles olhos tão convidativos.
Todos os motivos para fazê-la suspirar e delirar nas nuvens que ele traz consigo.
O jeito como ele segurava a mão dela no cinema, como fazia com que ela se sentisse querida e importante em qualquer lugar que estivessem.
A maneira como fala com ela, como demonstra interesse e preocupação em cada palavra, cada ação, por mais pequenina que pareça.
A paciência que tem com ela... E que paciência! Ele poderia simplesmente dizer grosserias, virar as costas, deixá-la falando sozinha, seu bruto e cortar. Mas não, ele e sua paciência de um monge, com a delicadeza de um príncipe e os cuidados de um cavalheiro não a entristecem com palavras ásperas e gritos desagradáveis.
As vezes ele parece de mentira. As vezes parece um anjo.
E ela pensa " Não, será que ele é assim mesmo? Não é possível!", e ele prova mais uma vez que é real, com seus gestos e cuidados, seus mimos e carinhos. Sim, ele é real.
É o mais próximo de um Príncipe Encantado que ela já chegou. Não que ele seja um Príncipe Encantado.
Ele tem defeitos, não é perfeito. Comete erros, tropeços. Mas e daí?
Príncipes Encantados não existem neste mundo. E se ele é o mais próximo disso, então eu diria que ela deveria erguer as mãos para o Céu.
Muito embora ele seja cobiçado um pouco a mais do que ela gostaria, mas fazer o que?
Não tem como não olhar pra ele.
E ela que pensou que fosse demorar pra se apaixonar de novo... Mas bastou ele aparecer, ele e aquela aura colorida e mágica, que tudo mudou. Paradigmas foram quebrados, regras jogadas fora, convenções apagadas e o tempo esquecido.
Não há nada mais bonito quando o silêncio e os olhares reinam entre eles.
E a sós, eles dizem sem falar uma palavra sequer, tudo que vai em seus corações e no mais profundo de suas almas...
Ah, o Amor...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Aquele olhar

Não era apenas o jeito de falar, mas como ele falava.
Não era o beijo, mas como ele beijava.
Ela sabia que bastava ele chegar e armar-se era inútil. Perdia o domínio de si, lançava-se como uma louca desvairada nos braços dele.
E ele fazia valer as loucuras dela. Sabia exatamente como deixá-la mansinha e ao mesmo tempo sabia como enlouquecê-la ainda mais.
Com aquele jeito de menino que só ele tinha ele sabia os lugares certos, o olhar certo de fazer querer a coisa errada.
Os ataques de ciúmes, as brigas, os murros que ela dava na parede, tudo aquilo ficava esquecido num canto do quarto junto com as roupas. E o tempo não existia.
Mas ela não era a única a perder as estribeiras. Ele sabia, não existia outra como ela. Com aquele jeito esbaforido de querer saber tudo, de perguntar o tempo todo, de garimpar a vida dele, ele sabia que o silêncio dela vinha com sabor de vinho tinto e meia luz.
Não precisavam de títulos, enfeites, de nada. Envolviam-se por vontade própria, sem obrigação de nada. Só pelo simples fato de quererem, ardente e intensamente, um ao outro.
Eram testemunhas de si mesmos, e a maior prova disso tudo se dava num olhar. Quando o silêncio era a magnânimo, dava pra ouvir as batidas aceleradas dos corações e eles entravam um no mundo do outro por meio daquele olhar. Aquele que passeava o lado mais intimista de cada um, sem dizer nada, sem perguntar, questionar, ou afirmar.
Não era um olhar qualquer, não é o olhar de quem se olha quando se gosta, apenas.
É o olhar profundo, que quebra todas as barreiras, que é mal educado com as convenções e ao mesmo tempo gentil e sutil. Que entra devagar, mas ao mesmo tempo tira tudo do lugar, transforma.
O olhar de quem se gosta é pouco diante deste. Porque este é o olhar de quem se entende, de quem se quer, de quem sente. O olhar de quem se reconhece dentro do outro, e ao mesmo tempo aceita e adora as diferenças e os defeitos.
Um olhar mais íntimo e calmo. Tranquilo como uma tempestade, envolvente como o canto de uma sereia.
Um olhar....
Aquele olhar....

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Flores de Elis

Elis estava esperando no sofá de casa quando ele tocou a campainha.
"Espero não me arrepender", pensou ela enquanto trancava a porta da sala. Ele estava sorrindo, esperando por ela.
Ele abriu a porta do carro e sorriu.
- Garanto que você não vai se arrepender.
Elis sorriu de volta. "Parece que ele lê meus pensamentos", e riu sozinha.
- Você está linda, Elis.
- Obrigada.
As ruas da cidade estavam movimentadas e decoradas para o Natal. Apesar da luz do sol ainda dominar, Elis ficava imaginando como seriam as avenidas iluminadas a noite.
A rota que ele fez causou certa estranheza em Elis.
- Mas a casa não era pra lá?
- Eu não disse que você teria uma surpresa?
O coração de Elis acelerou. O que ele estaria aprontando?
Desde a última briga, Elis havia recuado um pouco e ele já vinha com surpresas?
Mas ele tinha olhos tão doces que não deveria ser nada de ruim. Os olhos, o sorriso, todo o sentimento e a maneira como ele se portava diante dela fizeram com que Elis desse a ele e a si mesma uma segunda chance de ser feliz.
Mesmo assim, Elis era muito desconfiada e começou a não gostar da "surpresa". E se ele estivesse aprontando?
Elis fechou a cara o resto do caminho mas ele continuava sorrindo.
Foi então que entraram numa rua cheia de casas tão bonitinhas e bem arrumadas. Jardins agradáveis, caixinhas do correio meigas, parecia de mentira.
Elis estava tão entretida com a meiguice daquela rua que mal viu o carro parar.
Ele desceu e abriu a porta pra ela.
- Chegamos.
- Chegamos aonde?
- Na nossa casa!
Elis desceu do carro sem tomar muito sentido do que estava acontecendo. Na frente da casa havia um jardim lindo e decorado. Borboletas voavam por lá. Dois degraus e Elis estava na porta da casa. Ele sorriu.
- Opa, está trancada.
Quando ele abriu, Elis mal podia acreditar no que seus olhos viam, a casa era linda e estava toda decorada com flores por todas as partes.
Elis estava extasiada, não podia falar.
Ela andou pela sala, pela cozinha, pela sala de jantar, os quartos, banheiros, em todas os lugares haviam flores das mais belas e diversas.
Ela voltou e ficou parada diante dele, com as bochechas doendo de tanto sorrir.
- Essa aqui é a ...
- Nossa casa, Elis. Essa é a nossa nova casa, com flores novas pra receber você, só você!
Elis abraçou-o com toda força que tinha, mas logo as perdeu, foi invadida por uma enxurrada de lágrimas.
- Você está chorando, Elis?
- Como, por que? Olha pra essa casa, ela é novinha, olhe esses móveis. Está tudo novo! E essas flores, o jardim da frente... é quase um conto de fadas!
Ele segurou na cintura de Elis e olhou bem nos olhos dela.
- Depois que você foi embora por causa das flores eu entendi que não fazia mais sentido mantê-las lá. Elas já fizeram parte da minha vida, mas agora já estão murchas. Agora é hora de algo novo... Quando você chegou Elis, eu me assustei com a sua falta de disciplina, sua sinceridade e sua impulsividade, mas logo eu vi que eu e você... Você sabe Elis, eu não sou muito bom com palavras, eu não fiz por mal. Mas agora eu quero que você se sinta em casa, na sua casa, na nossa casa. Essas flores são novas, são até "fresquinhas" eu diria, e elas representam tudo isso que está acontecendo, elas representam você Elis! Me perdoe por não ter olhado pra você, por não ter percebido que você só queria meu bem, que esteve ao meu lado, nunca quis magoar você. Eu só queria fazer as coisas da melhor maneira possível...
- Eu sei disso e por isso aceitei o seu convite de hoje... E quer saber, teria sido uma idiota se não tivesse aceitado! Não se preocupe, já passou... Agora somos só eu e você e as nossas flores!
Ele e Elis ficaram ali abraçados por mais alguns minutos, envolvidos pela felicidade, pela cumplicidade, pelo amor e pelo aroma sutil e delicado daquelas flores tão belas que rodeavam aquela atmosfera colorida que se formava. Flores suaves, flores fortes, rosas, violetas, camélias, bromélias, tulipas, e tantas outras que agora testemunhavam algo novo... Flores rosas, azuis, vermelhas, roxinhas e tão lindas... Flores...
Flores de Elis!

Racionalizando, desacelerando...

Eu nunca acreditei muito nessa história de razão. Eu sempre agi com o meu coração, porque foi ele que me levou nos lugares certos a hora certa.
Racionalizar não fazia parte do meu vocabulário. Mas tem horas nas nossas vidas que não basta o sorriso nem os pés fora de chão. Ter os pés fora do chão quando se está na corda bamba não é bom.
Dói racionalizar. Isso tudo que aconteceu foi tão natural, eu simplesmente deixei fluir e foi mágico.
Mas agora eu me vejo rodeada de dívidas que não são minhas, são suas. E eu não vou pagá-las por você.
Quando eu prometi pra mim mesma que só iria me envolver assim de novo se a recíproca fosse verdadeira eu falava sério, não vou desistir dessa ideia.
Pode ser que eu tenha demorado demais pra perceber isso, mas agora eu pisei no freio.
Não, isso não é uma cobrança de atitude nem nada, é só uma reação a sua ação.
Você pode até achar que eu sou incompreensiva, mas é justamente por tentar compreender que eu estou desacelerando.
É horrível me forçar a fazer isso, mas você não me deixa outra alternativa.
Eu já tinha a água pra cima do umbigo e você ainda está com medo de molhar os pés. Então, eu vou sair e vou ficar no mesmo lugar que você. Deixando a água bater nos meus pés, muito embora eu já tenha me molhado bem mais que você nessa história.
Eu vou tomar cuidado com o meu coração.
Eu posso ter lhe dado ele numa corda mas ele ainda é meu. E se você não toma os devidos cuidados, tomo eu.
Pisei no freio, derrapei na estrada, capotei uma série de certezas e acidentei as esperanças. Quando eu te vi pelo retrovisor, eu entendi que eu estava bem mais acelerada. Talvez, porque você parecia tão...diferente.
E você não deixa de ser, mas atrás de tudo isso havia uma série de cartas mofadas e vinhos estragados que eu não quero pra mim. Eu pulei de um barco por muito menos que isso. E se eu ainda não pulei do seu barco é porque eu não consigo dar as costas pra você. Não consigo, não posso e não quero.
Eu só quero andar no mesmo ritmo que você, ou se você mudar de pista, eu também mudo o rumo do meu caminho.
Não me leve a mal, mas eu desacelerei porque eu estava me vendo capotando o carro e me machucando feio. E alguém precisa cuidar de mim...
Não ache que eu goste menos de você, eu até queria que isso fosse verdade, mas não é.
Só estou racionalizando um pouco, desacelerando pra não me machucar...

domingo, 19 de dezembro de 2010

De novo

Eu e essa minha mania cretina de ser passional, emotiva, apaixonada.
Por que não sou mais contida? Talvez tivesse poupado tanta coisa se eu fosse assim.
Eu deveria saber ir mais devagar, ser menos transparente talvez, não demonstrar tanto que já estou na sua.
Eu queria ser, de certa forma, até mais fria.
Talvez, se eu fosse assim, eu me decepcionaria menos. (?)
Queria saber não sorrir tanto assim quando estou apaixonada e nem me apaixonar tão fácil...
Mas de que adianta ficar me lamentando da minha impulsividade crônica e da minha eterna vontade de me apaixonar de novo, de novo, de novo e de novo?
De que eu adianta eu querer ser menos se eu só sei ser mais? Eu não sei ser metade, eu sou inteira e toda.
E só os tolos apaixonados vivem essas emoções que eu vivo. Só os poetas, os boêmios, só os que amam demais sabem a delícia da dor que se sente.
E se não for nada disso, se eu ver que me joguei demais, que me machuquei, tudo bem. Toda ferida cicatriza, eu posso chorar até um pouco mais... Mas eu sei, eu renasço das minhas cinzas, eu sempre sobrevivo e vivo pra amar de novo... De novo, de novo e de novo.

Flores murchas

Elis entrou correndo, mais depressa que devia. Abriu a porta de sopetão. Aquela casa lhe parecia tão amável, ela queria morar lá.
Era tudo lindo e bem arrumado. Muito zelo, todos os móveis eram impecáveis. Perfeito!
Mas Elis já devia saber que nada é perfeito. E quando há perfeição demais é porque alguma coisa está errada.
Elis estava tão esbaforida com a casa que num primeiro momento não sentiu nem o odor que havia lá. Aquela casa era o que ela queria e ele tinha escolhido a melhor possível para que vivessem juntos. O que poderia dar errado?
Mas o feeling de Elis é uma coisa de outro mundo, muito aguçado. Um sexto sentido que vou te contar. Então Elis foi até a sala de visita e lá ela tomou o primeiro balde de água fria.
Flores murchas e velhas. Tão murchas que já estavam escuras e cheiravam mal. Tinham cheiro de fim.
Mas o que aquelas malditas flores ainda faziam lá?
Elis bufou, respirou fundo. A vontade que ela tinha era de jogar aquele maldito vaso com aquelas flores murchas na parede e depois pisotear todos os cacos e as pétalas envelhecidas e fétidas.
Mas não, se aquelas flores ainda estavam lá, fedendo é porque não quiseram tirá-las de lá. E foi isso que enraiveceu Elis. Ela andou pelo resto da casa e percebeu estava rodeada de flores murchas.
O sangue dela subiu. Ela desceu as escadas até a sala de visita. Viu aquele primeiro faso fatídico. Os olhos marejaram, com toda sua raiva ela pegou o vaso e o fez voar na parede e gritou alto:
- Por que?
Pisou nos cacos com toda força. O choro deixou sua saliva mais amarga e ela engoliu como uma pedra.
Estava tudo perfeito, estava tudo tão limpo e claro...
O céu azul de Elis se fechou num dia cinzento e triste.
Elis se deixou desfalecer no sofá. Largada, ela chorava com a decepção de si mesma. Deveria ter sido mais racional, deveria não ter entrado assim, nem ter combinado de juntar as escovas com ele. Não deveria ter dado seu coração assim, numa bandeja. Elis enfiou um peito na faca dele sem medir as consequências que isso traria. O peito dóia, o sangue descia pela blusa de Elis, mas edaí? O sorriso dele era tão mais bonito de perto.
Ele abriu a porta sorrindo, mas o sorriso durou uma fração de segundo quando ele viu aquela cena. Não! O que havia acontecido?
Aproximou-se com toda sua candura e seu cuidado angelical.
-Elis, o que houve?
Ela fechou os olhos e fingiu não vê-lo.
- Elis, fale comigo!- disse ele segurando no braço dele com carinho e preocupação.
- Sai daqui... - disse Elis baixinho.
- Elis, o que foi?
- SAI DAQUI!
- Calma, Elis, o que houve, por que esse vaso está quebrado? Você se machucou?
- Machuquei! Machuquei sim e bem feio ainda. Me machuquei quando acreditei no que os seus ternos olhos azuis me disseram! Machuquei quando entrei de cabeça nessa, porque acreditei que você era diferente! Machuquei quando lhe dei meu coração numa corda e você... Ah, não me olhe com esses olhos, você sabe do que eu estou falando! Essas malditas flores murchas, o que elas ainda fazem aqui? Porque você não me disse desde o começo que haviam flores murchas na sua casa? Por que você não me disse pra ir mais devagar, por que você deixou que eu me entregasse assim, por que você me trouxe aqui? Onde você quer chegar assim? Você não espera que eu conviva com as suas flores murchas e tudo que elas representam, não é? Por que você me trouxe aqui? Por que?
- Acalme-se, Elis, eu posso explicar. Eu lhe contei um dia sobre as flores, mas você sabe, não é assim, não posso sair pisoteando as pétalas e tacando os vasos na parede assim como você. Elas sairão... Eu as deixei aqui porque elas ainda são flores.
- São flores murchas! MURCHAS! Você está vendo alguma vida nelas? Por que se estiver eu deixo você aqui com seu cemitério de flores e vou embora de uma vez por todas! Não pode, porque você não quer! Você quer guardá-las, porque você se sente endividado com as suas malditas flores, mas elas estão murchas! Então quer saber, eu quebrei um vaso, mas tem uma casa toda delas pra você! Eu não vou conviver com elas, se elas não vão sair daqui, saio eu!
Elis levantou-se e ele segurou-a pelo braço.
- Não, Elis, não vá.
- Me solta!
Mas Elis era uma idiota e se lançou nos braços dele chorando.
- Você não devia ter me deixado entrar aqui com essas flores... Por que você deixou?
- Elis, eu não poderia ter segurado você, eu queria você aqui também, mas compreenda!
- Não, não dá! Eu posso até tentar entender, mas compreender já é demais! Se fosse o contrário?Você não sabe como é estar se sentindo numa corda bamba enquanto você me diz que o chão é firme. Eu não posso viver assim...
Elis pegou sua bolsa, suas sacolas cheias de coisinhas pra enfeitar a ex casa nova, ignorou as tentativas dele de explicação e diálogo. Elis era impulsiva e era assim que ela agiria.
Antes de entrar no carro ela virou -se pra ele:
- Não volto pra essa casa nem pra sua vida enquanto essas malditas flores e esses vasos cafonas não estiverem no lugar deles: no lixo! Mas se você quiser ficar aí com elas, passar bem! Se você decidir assim, lembre-se de me mandar uma coroa de flores vivas porque eu morri pra você! Fique aí, devendo pra suas flores malditas! A escolha é sua! E eu não estou pressionando nada, só acho justo eu ter o direito de me manifestar sobre as suas flores mortas, pelo menos!
Ele não disse nada e antes que dissesse, Elis entrou no carro e saiu.
Flores murchas? Não na mesma casa que Elis!




segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Primeira Lágrima

A constatação mais óbvia que poderia vir a tona agora era ela. Ela! Óbvia, concreta e de certa forma, violenta.
Porque ela me arrebentou em duas, em três, me deu três socos certeiros no estômago, dois tapas na cara e um balde de água fria.
Se eu quiser negar algo depois dela será mais inútil do que todas as vezes que eu tentei negar.
Ela veio pra deixar tudo isso ainda mais claro aos meus olhos...
Ela, a Primeira Lágrima.
O primeiro nó eu já conhecia. Ele foi amargo, doce, foi tudo ao mesmo tempo. Mais esse segundo nó trouxe consigo sua primogênita, a Primeira Lágrima, pra me dizer tudo aquilo que eu sabia, mas ainda teimava em esconder de mim mesma.
Mas ela não chega do nada. Antes dela vir, eu senti todas as borboletas que habitam meu estômago se chocarem umas contras as outras, violentamente. Aflitas, nervosas, inconformadas, afoitas, elas tentavam buscar ar, paz e qualquer outra coisa que desse a elas segurança.
Então um vulcão começou a dar sinais de erupção dentro de mim, minha saliva engrossou, as mãos secaram, e antes que qualquer outro sintoma, o vulcão explodiu.
E ela se lançou dos meus olhos, a primogênita, pra marcar a vinda das outras. A Primeira Lágrima se jogou dos meus olhos e escorreu pela minha face. Dali então veio a segunda, a terceira, todas doidas, passionais, suicidas.
Mas quando as lágrimas se jogam dos nossos olhos, quando elas se matam é pra mostrar que algo novo está nascendo. Algo mais puro, mais forte que eu imaginava.
Algo que é sensível e frágil, mas pode resistir a primeira decepção tão óbvia quanto as constatações que a Primeira Lágrima me trouxe.
De qualquer forma, agradeço a ela por ter se lançado pra me mostrar o mundo mais claro, por ter limpado meus olhos e ter me feito ver o que eu sinto como realmente é. Agora sim eu posso dizer com toda a certeza, tudo está mais claro e mais limpido.

Tudo ou nada

O coração de Elis batia mais descompassado do que ela imaginava. Fechava os olhos e mil flashbacks tomavam conta da sua mente. A água do chuveiro escorria pelos cabelos enquanto Elis respirava fundo e engolia um pouco daquela água com xampu. O gosto não era nada. Elis estava desesperada. Tudo havia fugido do seu controle. Tudo!
Elis estava perdidamente apaixonada.
A música que tocava no celular fazia com que Elis tivesse ainda mais certeza, e a insegurança que batia só confirmava tudo aquilo que ela estava sentindo.
Elis desligou o chuveiro e ficou por alguns segundos, em pé, parada, pensando.
Aquele sentimento crescia dia após dia dentro dela, quase como cresce uma criança na barriga de sua mãe. Elis sentia os sintomas daquele amor, sentia que eles se intensificavam com o passar das horas, e que eles a deixavam irritantemente sorridente.
Por vezes a melancolia batia, Elis tinha vontade de sair correndo e gritando. Depois desse apse ficava carente, procurava nas suas blusas de ontem o cheiro dele, procurava nas fotos o sorriso, nas mensagens uma resposta. E quando nada disso parecia surtir efeito nos sintomas, Elis ouvia as músicas que a faziam lembrar dele e tinha uma vontade quase incontrolável de pegar seu carro e ir atrás dele.
Por vezes, ela racionalizava, tentava ser comedida. Tentava acreditar no tempo e naquelas cafonices que as pessoas que racionalizam tudo acreditam. Mas Elis não era assim, bem que gostaria de ser mais racional, mas o coração ia na frente em tudo que ela fazia, e quer saber? Ela nunca se arrependeu de nada!
Elis saiu respingando do banho, trocou de roupa e nem secou direito os cabelos. Num impulso desceu os seis andares de escada que a separavam da garagem. Entrou no carro e saiu em direção a casa dele.
Com a música ligada no último e coração na boca. Acelerava tudo e freava em cima das lombadas, tomou umas cinco buzinadas até chegar na frente da casa dele. Agora era tudo ou nada. Elis estaria arriscando todas suas fichas nele. Ela diria nem que ele não sentisse o mesmo.
Chegou e parou o carro. Era domingo, ele estava na varanda e de longe a viu. Veio sorrindo. Ela estava pálida.
- Eu estava pensando em passar na sua casa hoje. Que bom que você veio antes.
Ele veio abraçá-la e ela recuou.
- O que foi Elis?
- Espera, eu preciso te dizer algo antes.
- O que foi?
Elis se aproximou dele, beijou-o com todo o sentimento que estava a sufocando. Parou, olhou bem nos olhos dele e disse.
- Eu te amo.
Sem que ele pudesse reagir ela entrou no carro e saiu correndo.
Pronto! Agora estava mais aliviada, bem mais.
Quanto a ele? Ele se recuperou da surpresa de Elis, colocou uma camiseta qualquer, pegou as flores que tinha encomendado pra ela e a seguiu. Ele também amava Elis.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Despertar

Eu sempre soube que havia algo diferente em você. Você não é como os outros, você é sensato e cordial, é gentil e carinhoso.
Mas não era só isso. Esses dias todos eu estava buscando entender o que havia em você que me chamava tanto pra perto.
Mas parece que algumas respostas em nossas vidas vem para deixar mais perguntas.
E foi olhando fixamente pra você, sem esperar nenhuma reação, que o véu caiu.
Eu achei que ele já tivesse caído com as palavras que dissemos e ouvimos um do outro, mas tinha algo mais profundo nessa história toda e eu sabia.
Depois que o véu caiu eu pude ver seus olhos mais claramente e tantas coisas que ele me remete, sem mesmo eu saber o que são essas coisas.
Esse seu rosto que eu já achava conhecido e querido, agora é mais vivo e presente do que nunca.
Eu sempre soube que isso iria acontecer comigo um dia. Eu sempre quis olhar pra uma pessoa e ter essa sensação que eu tive hoje, sentir esses depertar mágico de um vulcão adormecido dentro de mim.
Mas eu não imaginava como seria quando esse dia chegasse e nem como tudo isso pode se revelar e se esconder ao mesmo tempo de mim.
Eu fiquei estática, sem reação, enquanto sentia todas aquelas borboletas dentro de mim agitadas, mais agitadas do que nunca, como se fossem borboletas de fogo, dançando e louvando o vulcão recém despertado.
Eu quis dizer tanta coisa naquela hora, quis perguntar e saber, mas as palavras não saiam da minha boca. E mil imagens, mil palavras tomaram conta de mim. Extasiada, eu não sabia como reagir a nitidez e a força do seu olhar tão real e vivo.
E teus olhos pareciam clarear enquanto eu olhava perplexa pra você. Talvez eu esperasse uma resposta sua, mas você deve saber menos do que eu.
Talvez você jamais compreenda o que foram aqueles instantes que eu te olhei tão fixamente, como se quisesse ler o que ia na sua alma, como se quisesse descobrir o que fala no teu coração, no mais profundo do seu âmago.
Mas tudo bem, porque sinceramente, se eu não entendia o que havia entre nós, agora eu entendo menos ainda. Mesmo assim eu não quero procurar respostas, nem consultar uma cartomante pra saber o que significa tudo isso que eu senti.
Eu sei o que eu senti, eu senti tudo aquilo, floresceu, despertou, reacendeu e nasceu ao mesmo tempo.
E eu não me importo em não saber descrever em palavras tudo isso, desde que você permita que eu te olhe fixamente e teus olhos olhem só pra mim...

Graco

Seu nome era Graco. Dono de um rosto marcante e singelo. Dentro dos seus olhos azuis surgia um Sol que contornava a menina dos olhos, despontando um mistério e uma verdade.
Os seus cabelos eram louros e iluminados, os cachos bem emoldurados o faziam parecer celestial. Quando vestia branco era um anjo completo.
Os olhos bem redondos e vibrantes, mostrando uma vivacidade de um rapaz que sabia amar.
Quando ele andava pelas calçadas de Roma as meninas todas sorriam. Ele era um anjo que descera dos céus.
De família nobre e coração puro.
Graco. Era ele.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Primeiro nó

Eu tinha desligado o telefone contra minha própria vontade. Mas se eu escutasse sua voz de novo, eu teria dito coisas e eu não gosto de dizer nada pelo telefone.
Eu estava perturbada com todos esses pensamentos na minha cabeça. Eu fecho os olhos e vejo você. Eu ouço sua voz... Eu te procuro no meio da multidão mesmo sabendo que você não estará lá.
Você fala comigo e mil borboletas tomam conta do meu estômago e tiram meus pés do chão.
Eu precisava pontuar algumas coisas. Admitir outras coisas pra mim mesma. Quando eu cheguei lá e vi meus amigos, alguns deles sabiam o que estava escrito na minha cara e completavam a frase antes de mim. Mesmo assim eu tentava negar dentro de mim. Mas daí eu vi sua foto, e fui ouvir aquela música que me lembra você e que você nem gostou tanto dela assim.
Daí a saudade bateu grande, me derrubou e todas aquelas ideias começaram a ficar mais claras a medida que a melancolia sumia. Eu sentia meu coração apertar. Eu fecho os olhos e você está quase aqui. Mas você está longe, longe e eu não posso ver você sorrir, nem te abraçar pra te desejar boa sorte.
Você me faz perder o juízo das coisas. Eu não posso mais negar sua presença, ela é tão evidente.
E se eu vejo algo que eu não gosto, sinto ciúmes, quero você perto de mim, só de mim.
Então, a partir de agora algumas coisas ficam mais claras pra mim.
Porque tudo se esclarece quando surge o primeiro nó na garganta.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Você!

Não, eu não queria desligar o telefone. Eu descobri um dia antes que eu não gosto de dar tchau pra você. Descobri quando eu pensei que a gente não ia se ver no dia seguinte e nem depois, que eu teria que esperar mais um pouco, mais alguns dias pra te abraçar de novo. Mas e agora?
Quem é você e quem você pensa que é pra virar minha vida assim, de ponta cabeça?
Chega, bagunça tudo, me faz sentir um turbilhão de sentimentos ao mesmo tempo, me faz dizer coisas, me faz comer borboletas e rosnar.
É difícil negar a sua presença. Eu até tentei ser menos do que eu senti, tentei, juro, tentei não ficar tão perto de você, e não segurar sua mão, mas a tentativa durou menos de um minutos e quando eu me vi já tinha a cabeça encostada no seu ombro de novo.
Não dá, eu não consigo ser metade, eu não gosto, não posso.
Desculpa, eu to te culpando, mas na verdade não você não fez bagunça nenhuma. Só que eu achei que poderia negar você, mas não dá.
Negar por que? Por medo talvez, receio. Mas essas coisinhas só aparecem quando eu racionalizo, e você faz toda minha razão perder o sentido quando você me olha.
Hoje eu quis ver você, quis ir até aí, de alguma forma, de qualquer jeito. Hoje eu tive um milhão de sentimentos. Eu quis você perto, muito perto, eu tive medo de você não existir, tive medo de não ser nada disso, fiquei insegura, tive ciúme, quis te bater por pensar que algum dia você estava com alguém que não era eu, tive vontade de ficar do seu lado pra ver você dormir, quis te abraçar só pra saber que é você.
E quando eu te fiz aquela pergunta e você disse "VOCÊ", foi o VOCÊ mais sonoro que eu já ouvi na minha vida. Um VOCÊ que eu queria muito ouvir. Eu senti um milhão de borboletas tomarem conta do meu estômago e percebi que eu não tinha controle algum sobre as batidas do meu coração.
Você consegue transformar, você e esse seu jeito feliz com você mesmo, seu bom humor e esse seu sorriso, que me faz sorrir também.
Esse meu jeito de falar as coisas na lata e ficar com vergonha feito uma menininha é só mais uma maneira meio torta e espontânea de demonstrar que você é importante.
E é fazendo o que eu mais gosto e talvez o que eu saiba fazer de melhor, que eu tento demonstrar mais um pouco do que você já significa. Você quebrou as barreiras de insegurança que eu tinha construído com o seu sorriso doce e o seu jeito único.
E que o destino se encarregue do resto assim como ele se encarregou de trazer você pra perto de mim...

Termômetro

O ciúme é o termômetro das relações. Fato consumado!
E por meio dele que passamos a perceber algumas coisas e nos permitimos aceitar outras.
Porque você não procura o ciuúmes, ele acontece. E acontece quando você menos imagina.
As vezes você tenta mentir pra você mesma, tenta negar, tenta esquivar aqueles pensamentos. Faz de conta que não é com você. Mas não consegue mais negar todas essas coisas quando percebe que está com ciúme.
Ele é uma sensação, como um bichinho que dá seu primeiro sinal comendo seu estômago. Você sente aquele friozinho desagradável no estômago. Você tenta ignorar, mas o ciúme vai comendo ainda mais. O sangue esquenta e você sente vontade esquisita de extravasar aquela sensação incomoda. Se você já tivesse assumido o ciúme na sua vida, certamente você gritaria, jogaria o celular na parede, daria um murro em algum lugar. Mas quando você ainda não assumiu o ciúme, você precisa extravasar da maneira que der...
E quando você sente que precisa extravasar... Epa, aí já era!
É ele que chegou pra te fazer pensar naquelas coisas que você estava tentando negar...
É ele que vai ser o seu termômetro de envolvimento...
É ele que chegou pra te mostrar que sim, ele é o ciúme que você sente, e se sente ciúme, sente de alguém... E esse alguém já tem uma importância maior, posto que te faz sentir...ciúmes.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aqui

Eu teria me arrumado melhor. Teria ao menos lavado o cabelo naquele dia. Teria colocado a minha mehor roupa, a minha saia mais bonita! Me vestiria de noiva se eu soubesse que seria tão especial...
Mas eu não sabia e foi por isso que foi assim...
Quando a gente está livre de conceitos, solta e leve é quando coisas boas acontecem.
Quando você não está procurando é que você encontra.
Como a gente pode mal ver e já olhar pra uma pessoa assim?
As vezes parece que ela não existe, muita coincidência.
Não, não é coincidência. O destino tem suas artes e promove os seus encontros. E esse nosso já tinha data pra acontecer.
Hoje, quando eu acordei as 6:36 da manhã eu pensei em você, e levei um susto quando você me disse ter acordado no mesmo horário, sem querer.
Eu me pergunto, como assim? Mas a resposta é nítida e mística, ela se vela e se revela a cada vez que eu ouço sua voz, que eu penso em você. E a cada dia da semana você se mostra mais vivo e mais nítido. Como se quisesse se materializar pra mim...
Essa vontade natural de querer ver, de falar, de acordar... ou simplesmente dormir.
Deixar os receios de lado, acreditar e confiar que se as coisas acontecem é porque existe algum motivo, e não teríamos deixado de fazer tantas coisas pra ir no mesmo lugar, por acaso. A ideia que vem é o verbo que diz: viver.
Viver e não se preocupar com nomes, rótulos, convenções.
Afinal, já que estamos aqui...

Cinderella do século XXI

Ela é a irmã mais velha. Nunca precisou fazer nada em casa. Mas quando o coração falou, foi seguir seus sonhos.
A madrasta da história é a mais boazinha, as irmãs nem tem dois anos. Tem um padrasto doce também. Uma mãe pra lá de amável, um irmão lindo e o pai zeloso.
Na história dela não há vilão, apenas desafios.
Mas há alguns elementos que não fogem tanto assim da história original.
A faxina! Ora, a faxina? Sim, a faxina! Quando se mudou para a cidade grande, a querida e amável Jacira ficara no interior. Alguém teria que limpar a casa. Que saco! Mas não adiantaria reclamar... Era melhor gostar! Então ela descobriu que brincar de casinha poderia ser muito divertido! E a faxina virou uma parte divertida do dia, acredite!
Com todo zelo de uma Gata Borralheira digna das histórias, ela cuidava da sala, do quarto, da cozinha e do banheiro.
A diferença mais marcante é que lá os passarinhos não cantarolavam pra ela e os ratos na cidade grande não são fofinhos e amigos. Ah, e ela não gosta de cozinhar!
É nesse contexto embaraço, na loucura da cidade, na saudade do interior que surge a nossa Cinderella do século XXI!
Voilà!
Ok, mas está faltando o romance, não?
Sim... Mas a nossa Cinderella já estava bem cansada disso! Desiludida com o último sapo disfarçado que cruzou o seu caminho, ela decidiu se juntar aos poetas, músicos e jornalistas na vida boêmia que a solteirice e a universidade poderiam lhe oferecer! E tudo aquilo lhe parecia cair como uma luva... Mas Cinderella moderna ainda não estava satisfeita, porque , afinal de contas, o que é uma Cinderella sem um sapatinho de cristal?
Mas sapatinho de cristal do tamanho 38 é bem pouco delicado...
Eis que num convite qualquer para um encontro de amigos, Cinderella vê sua história mudar.
Ela não havia criado nenhuma expectativa, porque já estava farta de si mesma e suas expectativas frustradas!
Muito sociável, Cinderella conversou a noite toda com um rapaz com o pézinho na Realeza. Pézinho? Não, ele devia ser um príncipe, mesmo!
Nãoo, Cinderella, esses príncipes do século XXI são todos uns sapos!
Mas, atrás de um copo de Big Apple podem se esconder muitas surpresas.
Não precisou muito, foi só ele lhe oferecer um copo d'água.
Já era, Cinderella! Não adianta negar!
Mas como uma boa Cinderella, ela se foi . E nessa história, ela se foi antes do meio-dia.
E agora? Ela não tinha nem o telefone dele! Será que as redes sociais poderiam ajuda-la? Talvez.
Mas a surpresa veio quando o celular tocou e do outro lado da linha ele disse " Você conhece uma blusa preta e uma escova azul?". Pronto! Era o que bastava! Bingo do destino!
Não era exatamente um sapatinho de cristal, ela não é exatamente Cinderella e ele também não é exatamente um príncipe. Mas ele não vai sair cidade afora experimentando a blusa em todas as moças, nem caçando a dona dos fios de cabelo da escova azul.
Porque com as facilidades da vida moderna, a probabilidade da história dessa Cinderella do século XXI recuperar sua blusa e sua escova, reencontrar o príncipe e ter um final feliz, é, consideravelmente maior do que a dos Contos de Fadas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Arrependido Tardio!


Estou pra escrever esse texto há alguns dias. Mas só hoje tive vontade de me sentar aqui e falar sobre esse tipinho de homem que me irrita profundamente: O Arrependido Tardio.
Foi depois de muita observação que cheguei a conclusão que nós, mulheres, encontraremos pelo menos um Arrependido Tardio em nossas vidas. Mas como homem é um bicho manco, sim porque XY contra XX só poderia ser manco, então vamos aos fatos.
Os Arrependidos Tardios surgem fruto de uma relação descontente, onde as mulheres são as mais prejudicadas. Esse tipinho de homem não dá valor pra uma mulher. Não mesmo!
Vamos ilustrar pra que vocês entendam melhor o meu asco em relação ao tipinho!
Você está lá, namorando o cidadão. Você é uma excelente namorada, faz tudo, boazinha, dedicada, sempre disposta a enfrentar aquele P.Izão que ele te propoe, topa tudo, cinema, balada, ou aceita ficar em casa assistindo um filme. O cidadão em questão, não. Nada tá bom pra ele, tudo ele reclama.
Então ele começa dar umas mancadas com você, pisa no tomate várias vezes. E você lá, como uma boa namorada, aguenta o traste, perdoa, é, de certa forma, meio burra. Porque enquanto você poderia mandar ele a p*ta que pariu, não! Você gosta dele! E atire a primeira pedra a mulher que nunca foi palhaça desse jeito!
Enfim... as mancadas crescem e você vai tentar um diálogo antes de tomar qualquer decisão. Tenta conversar e o desgraçado faz de conta que tá te ouvindo. Daí de duas uma, ou ele fala que vai mudar e depois de uma semana tá a mesma merda, ou pior, não fala nada! Você gastou slaiva a toa.
Essa situação se repete por algum tempo. As vezes a gente permite que ela se repita por anor! Choque mesmo, minha filha! O amor é cego, surdo e idiota!
Mas é claro, como você não é manca, você é XX, linda, poderosa e cansouuuu dessa vida de tragédia emocional, você decide dar um basta!
Entãããoooo, eiss que surge, ele o Arrependido Tardio!!! Palmas!!!
Ele chora, se arrepende, diz que vai mudar, mas você já ouviu essa história antes, já deu 200 chances pro condenado melhorar e nada! Não vai ser agora que você vai acreditar nele!
Daí você segue sua vida, dá um up-grade no visual, dentro e fora!
Aí, minha filha, aí vem a desgracera do Arrependido Tardio...
Ele não larga do seu pé, fica atrás de você, chorando, lamuriando a vida dele, que ele te ama, que isso, que aquilo.... Fala mal de você pros amigos dele e os amigos dele morrem de dó dele, e você vira a Bruxa Malvada do Oeste!
Peeraaaaí! Antes que eles comecem com aquele corporativismo masculino idiota, eles sabem tuuuudo o que você passou com o traste? Sabe quantas e quantas vezes você tentou reaviver aquela chama que tinha se apagado? Sabe quantas vezes você tentou conversar e tudo que você tinha de resposta era um silêncio de quem não tava nem aí? Eles não sabem!
Ele tenta te provocar ciúmes com as garotas que ele nem falava antes e até com as suas amigas!
Fofíssima, não liga! Deixa ele, pobre coitado!
Porque a minha mãe sempre diz " A pior dor é a dor do remorso!". E ele deve estar se remoendo em saber que ele tinha o tempo todo ao lado dele uma pessoa como você e ele perdeu por burrice, por desinteresse, por idiotice pura! Por achar que você sempre estaria ali, a vida toda esperando ele pra sempre! COI-TA-DO!
Daí ele vai ficar se fazendo de vítima o resto da vida dele... Azar dele também!
Você vai tocar sua vida, conhecer gente nova e bonita, viajar e ser felizzzzzz! Porque você tem a consciência limpa e o coração tranquilo de quem fez tudo pra dar certo, mas se não deu nao foi por falta de tentativa!
Por isso, se você é homem e está se identificando com o Arrependido Tardio, eu sinto muito por você ser assim, sinto mesmo!
E se você for homem e estiver lendo esse texto, pense um pouco e não seja como o companheiro aí de cima! Seja diferente, seja honesto, dê valor pra mulher ao seu lado ou deixe-a ir. Não seja um Arrependido Tardio! Seja diferente! Homem diferente é vida! :D
*Dedico esse texto para minhas amigas que me inspiram com suas histórias e ao fracassados que perderam uma ótima oportunidade de serem felizes! Muahuahuahuahuahuha

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Saudades, Caio!

Foi hoje, só depois que eu vi sua foto, que eu percebi como tudo isso foi acontecer.
Uma imagem tão distante de mim, de nós... Eu demorei pra escrever sobre você aqui, talvez porque eu quis ocupar minha cabeça pra não pensar que nós não vamos mais te ver...
E ao me lembrar das vezes que eu fui dura com você, meu coração aperta. Eu perdi a chance de dizer o quanto eu achava você diferente e inteligente. Eu perdi a chance de me desculpar pelas minhas manias e por não ter correspondido quando você me deu sua mão.
Se eu soubesse que isso ia acontecer, eu teria explicado melhor as coisas pra você, teria sido mais doce, melhor do que eu fui...
Eu me prendi a minha mesquinhez e não consegui ver que você não cabia mais aqui, por isso você era assim....
Você era muito mais que eu, muito mais que nós. Por isso você se foi, se despreendeu antes desse casco grosso e ofensivo que segura nossas almas livres...
Aqui não era lugar pra você...E eu gostaria de ter dito isso antes...
Mas eu sei que você está bem agora, num lugar onde as pessoas te entendem e onde você vai se entender melhor também...
Eu espero que você me perdoe por todas as vezes que fui dura com você e que você encontre toda a Luz que puder...
Quando eu me for também, eu quero encontrar você de branco, como um anjo, só pra me convencer que eu estava certa... você era diferente mesmo, eu sabia!
Você se foi sem levar meu abraço com você....Então, depois de tudo, eu te deixo aqui o que eu posso agora, minhas palavras mais sinceras embargadas no choro dolorido de quem sente saudades de ti....E a música que Legião Urbana, pra ilustrar uma dor que dói no fundo da alma...E uma certeza, a de que você está bem... eu sei!
Vai com Deus, Caio e fique com Ele! Esteja em paz...





Legião Urbana - Os bons morrem jovens

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais
Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...Cedo demais!
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Em dias assim
Dia de chuva
Dia de sol
E o que sinto não sei dizer...
Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...
Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste mundo
O verão acabou.
Cedo demais!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Viva... tão viva...

" Depois de chegar daquela festa com toda aquela gente fútil e pequena, aquela nobreza de sanguessugas, tudo o que eu vejo é seu rosto. Mesmo eu tendo todos os motivos do mundo pra querer morrer, eu me sinto viva perto de você. Sinto meus poros abertos, sinto o ar entrando de verdade pelos meus pulmões, não é como se eu respirasse automaticamente. Sinto o chão sob os meus pés, eu vejo as cores mais vivas, eu sinto os sabores mais intensos.
Eu presto tanta atenção em você, como se tudo a sua volta ficasse preto e branco, e você estivesse em alto relevo pra mim. Quando você fala, suas palavras são o único som que eu consigo ouvir, e você fala tão bem, sua linguagem é tão harmônica, as palavras saem da sua boca, é quase como se você estivesse cantando.
Os meus olhos ficam vidrados, assistindo a você, como se você fosse uma peça, uma ópera, um espetáculo. O jeito como você fala, sobre qualquer coisa, você é tão dono de si, tão cheio de propriedade, você sabe do que tá falando e isso não é motivo pra você sair se gabando, você é tão natural.
Você é natural, natural e simples.
Sua simplicidade me encanta. O seu jeito tão seu de se mover, de andar, se resolver as coisas.
Os seus olhos são o maior mistério que eu poderia encontrar e ter desejo em decifrar. Eles me olham de um jeito, é como se eles invadissem minha alma e eu não tivesse mais defesas. Só do jeito que você me olha você já sabe tudo o que se passa no meu coração, nos meus pensamentos. Não posso esconder nada dos seus olhos, eles já sabem de tudo.
Eu posso falar de tudo com você, eu posso ser eu mesma, não preciso esconder nada, nem usar nenhum tipo de máscara. Você pode me ver sem maquiagem, você pode.
Eu não preciso de todas aquelas roupas, de todas aquelas jóias, de todos aqueles modos. Eu posso sorrir um sorriso largo e feliz quando estou perto de você. Eu posso gargalhar perto de você.
Eu não preciso mentir pra mim. Você me abriu as portas de mim mesma. Nem parece que estamos no século XIX e que tenho um casamento arranjado me esperando.
Você desperta minhas mais profundas inspirações, eu tenho vontade de escrever um livro...
Você, seu jeito, seus trejeitos me inspiram, e despertam em mim o que eu tenho de melhor. Essa vontade louca de viver, de sair por aí descobrindo, viajando, vendo tudo e todos, sentindo o cheiro das cidades do mundo, os sabores que elas tem a oferecer...
Eu me sinto viva perto de você...Tão viva..."
E antes que Claire terminasse de escrever, sua irmã bateu na porta. Mais que depressa ela arrancou a folha de papel do diário e rasgou...
Ninguém precisa saber que ela se sentia viva perto dele...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sr Perfeição, príncipe encantado e Homens Interessantes

Essa é uma nova fase. Uma fase onde o príncipe encantado não entra. Na verdade essa é a fase que eu descubro que ele não existe, por mais que existam homens muito interessantes na face da Terra, eles não são príncipes, eles são apenas... interessantes.
O príncipe encantado com caixa baixa ou letra miníscula é pra ressaltar a pouca importância que ele tem na minha vida. Antes eu escreveria Príncipe Encantado. Mas agora é príncipe encantado. Entende?
A gente chega numa fase da vida onde a gente passa a aceitar melhor a gente mesma. E as consequências dessa aceitação são inúmeras, por exemplo, você não se culpa mais pelos seus relacionamentos não terem vingado o tanto que você queria, ou pelo fato de eles terem se rompido abruptamente. Você não se culpa porque entende, com o passar dos anos e das experiências, que culpa não existe, só o desamor, o desafeto e o desinteresse.
Você não se questiona mais sobre a existência do tal príncipe encantado, porque você já se ligou que ele não existe, e se ele existisse seria muito chato mesmo.
Imagine, um homem babão que nem o príncipe da Branca de Neve? Chato e que se deixa enfeitiçar que nem um idiota como o Príncipe da Pequena Sereia?
Um homem perfeito, cheio de virtudes, sem nenhum defeito?! Qual é a graça de conviver com uma pessoa assim?
Homens interessantes... sou muito mais eles do que o Sr Perfeição e o príncipe encantado.
Ah sim, porque o Sr Perfeição existe, e as mulheres vivem procurando por ele. Na verdade por eles, porque eles são muitos... ou alguns, vai.
Então você vai me dizer " Ah que ótimo, Sr Perfeição é perfeito pra mim!", quase um trocadilho né?
Não, amiga. O Sr Perfeição é tudo aquilo que você não quer na sua vida. A não ser que você seja uma pessoa chata, monótona e não tenha nada a acrescentar na sua vida. O que eu acho difícil porque a gente aprende todos os dias um monte de coisas.
O Sr Perfeição é aquele homem que pra ele tudo é pequeno, porque ele é maior. Os impecilhos da vida são chupeta no mel pra ele! Ele sabe tudo! Tudo! E sabe mais do que você! Sempre! Ele já viveu tudo, já comeu tudo, já fez tudo aquilo que você não fez! Porque você, ah, você é legal mas você não sabe tudo... Ele sabe! Porque ele não tem defeitos, ele não precisa passar por nada daquilo que você passou ou passa, porque ele, ah ele é o Sr Perfeição!
Quer um conselho? Fique longe desse tipo Sr Perfeição.
Prefira um homem que tenha defeitos, que tenha manias, que saiba admitir quando erra, mas também que saiba bater o pé quando está certo.
Prefira um homem que te ensine, mas que aprenda contigo. Que se abra pra novas experiências, que te mostre coisas novas. Que não se intimide com gestos de carinho, mas que saiba a hora de acender o fogo da história. Um homem que te acrescente e que deixe você acrescentar na vida dele...
Essa história de príncipe encantado é balela. E o tipo Sr Perfeição é furada!
Pena que eu demorei um tempo pra perceber isso...rs...
Mas antes tarde do que nunca!
A gente aprende todos os dias, não é mesmo?
Por isso amiga, larga mão de ser boba e ficar esperando pelo príncipe encantado.
Aceite as pessoas como elas são, se deixe levar por homens interessantes... Eles existem e podem te fazer muito mais feliz!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Metamorfose das minhas palavras

Eu estive lendo meus textos antigos. Aqueles cheios de romance, de açúcar, tempero e magia. Meus contos e meus personagens, palavras que até me questiono se fui eu mesma que escrevi.
Como a escrita da gente muda tanto?
Por que ela muda tanto?
Tenho saudade dos meus contos e dos meus personagens, mas na verdade, hoje eles não cabem mais. Eles fizeram parte de um momento da minha vida em que eu precisa deles pra me expressar. Um momento que se não fosse eles, eu tinha ficado maluca.
Escrever por meio dos personagens é mais fácil, a gente se abstém da nossa culpa e da culpa dos outros.
A gente fala e faz o que quer com eles, e se alguém vier reclamar, bom, se a carapuça serviu, né?
Mas hoje é um pouco diferente.
Hoje eu falo mais por mim mesma. Sou mais ativa no que penso e sinto. Sinais que surgem conforme a gente cresce.
Não que escrever contos seja sinal de imaturidade literária, pelo contrário, os contos só vem da nossa profunda inspiração.
Na verdade eu até tento algumas vezes, eles saem... Mas é que a vida tem me tomado tanto tempo, que alguns sentimentos tem passado despercebidos e eu tenho vivido algumas outras coisas sem dar a devida atenção pra elas.
Tempo...
O blog virou mais um jeito de escrever fora daquilo que a rotina da profissão me colocam a mão.
Um jeito de fazer o que gosto também, mas do meu jeito, da minha maneira, sem me preocupar tanto com as regras, o lead, as linhas finas, os títulos. Um jeito despreocupado de mostrar mais de mim...
O que sou fora de lá, o que sou dentro de mim...
A verdade é que me transformo com muita facilidade e minha escrita me acompanha... Ela vai e volta, uma hora é assim, na outra já mudei de novo e depois voltei a ser daquele jeito...
Mudança constante até no jeito de escrever... tem que ser assim...

domingo, 31 de outubro de 2010

Madame Bovary c'est moi!

Aqueles que acompanham meus blogs desde o início sabem que sou apaixonada por Madame Bovary.
A história, a personalidade de Emma Bovary, as paixões, as mentiras, a trama que se desenrola, os mínimos detalhes escritos por Flaubert são envolventes e apaixonantes.
E eu, como uma romântica nata, me identifico muito com Emma. A sua sede por um grande amor, a confiança que ela tem na paixão e no destino, as decepções...
Sendo assim, vou postar aqui os meus dois trechinhos favoritos do livro, os quais me identifico ainda mais...



"Sem você, fique sabendo, teria podido viver feliz! Quem o levou a isso? Era alguma aposta? Não obstante me amava, você dizia...E ainda a pouco... Era preferível que me tivesse posto para fora! Ainda tenho as mãos quentes dos seus beijos, e aqui está o tapete o lugar onde você me jurou de joelhos uma eternidade de amor...E me fez acreditar durante dois anos, arrastou-me num sonho mais esplendido e suave! E nossos planos de viagem, lembra-se?Oh! A sua carta, a sua carta, que me partiu o coração! E depois quando volto a vê-lo, a ele, que é rico, feliz, livre, para implorar um auxilio que qualquer um me prestaria, suplicante e trazendo-lhe toda minha ternura, ele me repele, porque isso lhe custaria 3.000 francos!"




"Acabava de partir desesperada. Agora o detestava. Aquela falta de palavra ao encontro parecia um ultraje e ela procurava outras razões ainda para se desligar dele. Ele era incapaz de heroísmo, fraco, banal, mais brando que uma mulher, e além disso avarento e covarde.Depois, acalmando-se, acabou por pensar que talvez o tivesse caluniado. Mas o denegrirmos os que amamos sempre nos desliga deles um pouco. Não é bom tocar nos ídolos; o dourado pode sair nas nossas mãos."


Emma Bovary c'est moi!

Fera ferida

Uma tendência natural do ser humano é a defesa por meio do ataque.
Quando a gente se decepciona com uma pessoa, de forma que a ferida venha a arder mais do que imaginávamos, tendemos a denegrir aquele que nos cativou, para nós mesmos e para os outros, porque isso, de certa forma, nos desliga um pouco das qualidades e bons momentos presentes na memória.
Principalmente aquelas pessoas que são mais flexíveis aos relacionamentos e que não expressam tanto suas vontades e opiniões. Aqueles que preferem ficar quietos, não falar, não discutir r acabam engolindo mais sapos que deviam.
Esses se revelam, se transformam!
Falo isso com autoridade porque eu era assim. Não reclamava, pra mim tudo tava bom. Mas quando me decepcionavam pra valer, eu era a primeira a apedrejar a criatura em praça pública! Odiava, detestava, nunca prestou e eu sempre soube disso! Aquelas coisas que a gente fala quando tem raiva da pessoa...
Mas com a experiência a gente aprende mais, aprende ainda mais com os erros nossos e dos outros, e passa a falar mais o que pensa, a colocar as nossas cartas na mesa, abrir o jogo, falar o que sente e não ficar se repreendendo nem reprimindo aquilo que sentimos e queremos.
A gente aprende que não adianta quere odiar, detestar, fazer sumir do mapa... Porque aqueles que tem que ficar no nosso coração, palavrão nenhum, adjetivo nenhum pode mudar... Porque eles permanecem apesar da lama que queremos jogar neles, na tentativa de ofuscar-lhes o brilho que trazem pros nossos olhos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Além

Ninguém a conhecia como ele. Só ele sabia decifrar o que ia naqueles olhos tão profundos.
Alguns se constrangem com o silêncio que se desdobra as vezes entre os casais, mas eles podiam ficar horas sem trocar uma palavra sequer que isso nunca acontecia. No silêncio, as almas conversavam e nada mais importava. Só os olhos.
Os olhos ficavam ali, por horas e horas.
Ele sabia quando ela estava triste, sabia quando uma lágrima estava prestes a brotar.
Ele sentia quando ela estava ansiosa e sabia acalmá-la. Sabia quando ela estava feliz e quando se fazia de feliz. Ele via além do que todo mundo via...
Quando falavam, a conversa rendia, rendia muito...
Faziam planos, conversavam sobre tudo.
Eram feitos um para o outro, em número, gênero e espécie. Os programas eram sempre animados, não havia tempo ruim pra eles.
Eram felizes porque amavam, e só o amor importava.
Eles eram além do que se vê, do que se acredita, além das palavras... Além do amor...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Confusa

Conflitos a mil por hora, sem saber pra onde ir ou o que fazer.
Me sinto como a Liz de Comer, Rezar, Amar, que tenta encontrar respostas pra si, uma palavra que a identifique no meio de um redemoinho raivoso de sentimentos.
Fruto das minhas ações? Mas será possível que fiz tanta cagada assim na minha vida?
Preciso de um leme, uma direção, algo que me leve pra algum lugar que eu me sinta melhor do que esse. E não é um lugar físico, é um lugar interno.
Um lugar que só cabe eu e mais ninguém. Não! Não quero ninguém comigo agora!
A não ser que seja o Príncipe Encantado e o Amor da Minha Vida Pra Sempre. Caso contrário, não!
Quero me encontrar dentro de mim...
Mas é dificil esse conflito de ter que curtir a vida porque sou nova, versus o conflito de não ter nada palpável, nem uma fumacinha ali no além me dizendo que sim, eu vou ser feliz, ter uma família linda, filhos e um marido maravilhoso.
Eu cansei já de arrumar sarna pra me coçar, cansei de tudo.
Se eu quiser alguém do meu lado, que seja AQUELE, mas quem é AQUELE?
Nem eu sei e me parece vão vago falar em alguém agora... Mas ao mesmo tempo a solidão e talvez a inexistência dessa pessoa me apavoram.
Quero ir pra Bali, pra Índia, pra Itália, pra Budapeste, pra qualquer que me leve pra mais perto de mim mesma.

A maldição de Verena

Verena foi amaldiçoada pela Bruxa do Amor Proibido.
Ela até poderia se apaixonar, ter um paixonite ou outra, mas quando encontrasse o grande amor de sua vida a Bruxa do Amor Proibido iria aparecer e tonar tudo o que era flores em espinhos.
E foi assim que aconteceu. Verena conheceu seu grande amor, era ele, mas era proibido.
Não podia ser, não nessa vida pelo menos.
Vrena tentou, lutou, mas caiu. Caiu num tombo feio, se machucou muito. Mas ela levantou novamente, lutou novamente, mas toda vez que ela tentava de novo, sempre caia.
Um dia ela viu que a maldição era realidade e decidiu se conformar. Quis achar alguém pra tentar fazer a vez daquele que cruzou seu caminho e deixou as marcas mais profundas.
No começo até deu, mas não demorou pro fantasma do amor mal resolvido tornar a rondar seus pensamentos.
Então Verena decidiu buscar uma solução, uma cura pra maldição.
Talvez existisse em algum lugar do mundo...
Ela fez as malas e foi buscar a cura para aquele mal.
Partiu sem destino, seguindo seu coração, tendo fé que um dia ela vai se curar dessa maldição...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Encontro

" Nunca imaginei que isso poderia acontecer" ele pensava enquanto esperava por ela.
Nada como o vento para espalhar os pensamentos ao redor de corações afins.
Os olhos dele estavam longe, fixavam um ponto no infinito, sem buscar respostas, sem tentar explicar nada. Apenas sentindo o que deveria sentir. Sendo ele mesmo, singelo, puro e sereno.
Uma imagem no horizonte lhe roubou os pensamentos e toda a atenção. Era ela.
E não tinha como esconder o sorriso que brotava de ambos os rostos, quase que em sintonia perfeita.
Como isso não tinha acontecido antes?
O tempo sabe como deve prosseguir na vida de cada um.
O vento então quis mostrar que estava ali e fazia os cabelos dela balançaram aos seus sopros.
Ela sorria, olhava para o chão como numa timidez relâmpago e depois tornava os olhos para ele de volta.
Aquela caminhada parecia não ter fim. Então ele decidiu ir ao encontro dela também.
Na mesma velocidade caminharam na direão um do outro e as batidas dos corações iam descompassadas, no ritmo perfeito de quem quer se ver logo.
E aceleraram o passo, mas não muito pra não forçar o ritmo da natureza e do vento que estava ali pra tornar aquilo ainda mais mágico.
E então chegaram. Ali, um de frente pro outro e a frase, aquela frase veio, com o maior entusiasmo, e ao mesmo tempo tão pura e serena:
" Que bom que você veio!"

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Inconsequência aos meus ouvidos

Hoje eu ouvi The Police, Sting e Cindy Lauper não saía da minha cabeça.
Depeche Mode e seu "Enjoy the silence", Phill Collins e " Another Day in Paradise".
Sim, eu tenho gosto de gente velha, eu nasci na época errada quando se trata de música.
Eu gosto daqueles arranjos antigos, daqueles sons de teclado nítido, meio vagabundo mas cheio de personalidade.
Eu gosto da sensação que essas músicas me trazem, gosto da batida delas, gosto do que elas falam.
Eu gosto dos anos 80, de Madonna e suas sombrancelhas malfeitas.
Existem músicas que marcam a gente, que nos fazem lembrar alguém. Mas essas músicas estão acima das lembranças, elas só conseguem me trazer sentimentos bons e sensações doces de quando eu só me importava em sentir.
Um tempo onde eu era uma doida apaixonada e era só o amor que importava.
Essa inconsequência que a vida tira da gente quando nos traz determinados problemas de gente grande.
Essa inconsequência adolescente que deveria existir sempre. Sem convenções, sem limites, um Woodstock de sentimentos e palavras e paixões e músicas e letras e melodias.
Mas a vida muda, a gente muda.
Felizmente eu tenho ótima memória e a cada vez que Sting, Cindy, The Police, Depeche Mode e Phill Collins falam eu só fecho os olhos e me esqueço de tudo... só ouço a música e me permito ser, por alguns instantes, nem que seja em pensamento, inconsequente...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Nascimento da Alice!!!


É difícil tentar escrever algo para você... Você, que já tão pequenina consegue me roubar todas as palavras e me faz sentir a maior saudade do mundo em menos de um dia!
É difícil ensaiar um poema, uma estrofe, ou qualquer coisa que possa te dizer como e o quanto você já mudou a minha vida e minha maneira de ver as coisas...
A única coisa que eu consigo dizer é que tudo que sinto é inexplicável, mas de alguma forma eu vou tentar traduzir em palavras aquilo que eu sinto, muito embora não existe um idioma nem um dialeto que eu conheça capaz de exprimir tanta emoção em palavras...
Eu estava tão apreensiva, passei o dia todo caçando coisas pra fazer. E para minha sorte ele passou rápido.
Logo eu já estava lá, no Pré-Parto, aguardando a enfermeira me chamar. Me sentia uma barata tonta, andando de um lado para o outro. Mas logo a enfermeira chegou e me levou até= o lugar onde eu deveria trocar de roupa pra te ver!
Lá fui eu! Nunca coloquei uma roupa tão rapido na minha vida. O sorriso era uma constante nos meus lábios. Eu tinha muita vontade de rir e contar para todo mundo como eu estava feliz... e nervosa..
Daí chegou a grande hora.
O Dr Bove e a Dra Patrícia são uns amores. Você veio ao mundo por meio de mãos muito amorosas! A equipe médica que ajudou você a vir ao mundo é maravilhosa e muito humana! As enfermeiras ali, os médicos em volta da mamãe e ao nosso lado nos inspiravam muita confiança e eu sentia que você ia nascer num ambiente de muita luz!
Sou bem pamonha, confesso. Mas tirei forças da onde não tinha, porque jurei pra mim mesma que estaria ao lado da mamãe quando você desse seu primeiro choro!
E graças a Deus e a uma porrada de gente boa a iluminada, tanto aqueles que vemos quanto aqueles que não vemos, eu tive forças e consegui realizar esse sonho!
"Prepara a câmera que ela esta vindo!"
A mamãe estava radiante e com uma expressão tão linda que eu nunca vi! Mesmo com aquela touca verde, ela parecia uma rainha sob nuvens!
E aí, quando eu liguei a câmera e esperei uns segundos, escutei o primeiro chorinho. Olhei pra mamãe e nem me lembro o que eu disse, sei que eu criei coragem e fui ver você saindo da barriga da mamãe! Então a Dra Patricia trouxe você, chorando alto e estridente, enchendo nossos corações da mais pura ternura e de muita emoção!
Alice, você tinha chego! Era você diante dos meus olhos! Era tanta emoção!
A Dra Patrícia levou você pra mamãe e já foi com a enfermeira Mazé limpar você.
Você chorava e olhava tudo a sua volta... e eu só sabia dizer: BEM VINDA ALICE!
Tirei muitas fotos e logo a Dra levou você pra mamãe..Foi a maior emoção do mundo... Eu, você e a mamãe tão pertinho, tão real!
Naquele momento agradeci muito a Deus, muito mesmo, por ele ter permitido que eu estivesse ali, no momento mágico do seu nascimento! Deus é muito bom conosco Alice!
Você ouvia a voz da mamãe e nem chorava. Só olhava pra mim e pra ela, tão serena, tão pequena e tão amada!
Havia uma magia no ar, parecia que dava pra ver as nuvens cor de rosa de amor e luz que estavam ali, naquele momento de tanta felicidade!
Então eu peguei você nos braços e você parou de chorar, e depois chorou e eu chorei junto de novo!
Como é bom ter você conosco!
Então a Dra levou você pro berçário, eu dei um beijo na mamãe, agradeci toda aquela equipe maravilhosa e fui contar pro seu papai que você já havia nascido!
Eu estava tão atordoada que nem sabia de onde eu tinha vindo, a Dra me ensinou e eu voltei, troquei de roupa e fui correndo avisar seu papai pra ele ver você tomar banho!Corri e estavam todos lá, vovô, vovó, seus tios e tias todos reunidos, vibrando para que desse tudo certo, esperando que eu voltasse com fotos!
Aí a gente vê Alice, como estamos rodeados de pessoas boas a iluminadas! Como somos amados e bem queridos!
E depois disso Alice, foi uma alegria só pra te ver no berçário....
Se papai tão feliz, parecia que tinha um holofote no sorriso dele! Nunca vi um pai tão feliz na minha vida!
E o Dan, seu irmãozão? Nossa esse aí não parava um segundo!
Depois do seu pai ele era o mais nervoso...
Andava de um lado para o outro, não parava de falar e depois que ele te viu, não parava de repetir: " Não me canso de ficar vendo a Alice!". Você pode ter certeza de que ele te ama muito e vai cuidar muito de você!
Com o passar dos anos você vai ver e vai sentir como você é amada, como tem gente boa cuidando de você, em todos os sentidos!
Eu poderia passar a noite aqui contando do dia do seu nascimento, cada detalhe... Mas eu vou dormir agora, pra acordar logo amanhã, e que o dia passe muito rápido porque eu quero te ver logo!
Obrigada a todos aqueles que enviaram energias positivas e muito carinho pra mamãe e pra nossa pequena Alice!
É Alice, como é bom ter você com a gente, como é bom poder amar você!
É inacreditável como a gente pode amar tanto alguém assim, e esse amor tão puro, tão de Deus!
Obrigada por ter nos escolhido! Faremos de tudo para que você seja a pessoa mais feliz do mundo!!!
SEJA MUITO BEM VINDA!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Viveeer!


Achei que o luto fosse durar mais. Achei que as lágrimas não secariam.
Mas fortes são aqueles que transformam em luz o que é escuridão.
Eu estou viva, muito viva!
Sinto meus poros respirando, o sangue correndo, o ar, a chuva e o sol.
Vem, vida, eu quero viver você!
To deixando tudo que é ruim pra trás. Até o Inferno Astral eu mandei pro Quinto dos Infernos, junto com todas as pessoas que colaboram para ele!
Seu Inferno Astral é você quem faz,e o meu não vai acontecer!
Eu quero sair, quero viajar, quero ver e rir com minhas amigas, quero conhecer gente nova, quero sorrir, quero pular, quero trabalhar, querome emocionar, me apaixonar de novo, de novo e de novo. Quero viver!
Sem arrependimentos, nem remorsos.
O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.
Quero esquecer minhas decepções, quero apagar os borrões.
O coração sara e cicatriza com boas risadas e amigos!
Eu quero, eu vou e eu posso!
Vou viver e não ter a vergonha de ser feliz!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tiro certeiro

A sensação é amarga, o gosto é dolorido.
Como pode você passar tanto tempo com uma pessoa e de repente, sem mais nem meio mais você se depara com um estranho completo?
E você não compreende como isso pode acontecer, quem é aquela pessoa? No que ela se transformou, ou será que ela jamais foi? Não é possível que a gente se iluda tanto!
É como se você não conhecesse mais, e tudo que vocês passaram juntos não existiu? Mas como, se eu estava lá a senti tudo?
Um dia eu pensei que talvez fosse você, mas não. Não é, não era, não foi!
E a decepção é certeira.
Como uma pessoa pode pegar uma história inteira, uma vida assim e jogar tudo no ralo, no bueiro, como se fosse um monte de nada, como se não tivesse importância?
Como pode não haver sequer consideração e respeito?
Eu não era um caso, não era mais uma! Mas você conseguiu fazer com que eu me sentisse assim.
Um telefonema. Era o que bastava.
E eu vi todo o meu amor, minha boa vontade, tudo o que eu construí ali, se esvaindo pelo ralo, indo embra pro esgoto, onde ficam as coisas sujas e podres.
Você consegue me decepcionar mesmo longe. Já saiu atirando pra todos os lados, não esperou sequer o defundo esfriar!
Depois vem com esse discurso mal lavado de preocupação, de carinho, de gostar de mim?
Gostar? Não, eu não quero seu gostar, nem sua piedade, nem a sua complacência!
Você foi covarde e não teve a decência de olhar nos meus olhos e dizer " Vai embora!", nem isso você teve! Me tratou como um caso de final de semana!
E você acha que depois de tudo eu ainda vou acreditar no seu papo furado de que isso é um jeito da gente se libertar das algemas das formas, e quem sabe amar na essência?
Não, desculpa, mas eu não acredito, isso pra mim é uma justificativa esfarrapada!
Eu tentei ver o lado bom de tudo que vivemos, e quem sabe daqui algum tempo eu veja com mais clareza tudo isso. Mas agora não dá, não consigo, não existe forma nem jeito de ver as coisas de outra maneira.
Quanto maior a altura, maior a queda. E eu fui pras alturas com você, mas tomei o maior tombo da minha vida, ou talvez um dos maiores! Nunca pensei que fosse me decepecionar tanto com você, a ponto de nem saber mais quem você é!
O que eu senti foi um tiro, um tiro certeito no meu amor por você! Pegou bem no fundo, sangrou e foi matando.
Esses hematomas vão sumir, eu vou me recuperar bem rápido! Não assim como você já está se recuperando né, porque está muito fácil pra você!
Eu segurei estas palavras, não queria escrever nada sobre isso que aconteceu, mas não deu, preciso me libertar!
Agora pronto, não se preocupe mais comigo. Você já saiu dessa casa, e me deixou sozinha.
Mas eu também estou indo embora, já apaguei as luzes e vou jogar a chave fora.

sábado, 25 de setembro de 2010

Mim, o Amor Próprio e meu Egocentrismo Necessário


Hoje eu acordei e me olhei no espelho. Me olhei bem no espelho.
Despenteada, cara amassada, olhos sensíveis a luz.
Me olhei de novo. Oi, essa sou eu.
Então percebi que preciso me olhar mais no espelho, não pra ver o espelho, nem a minha imagem refletida, mas porque essa seja uma maneira de dizer " Ei, olha pra você, você precisa de si!".
Então olhei pro meu umbigo e ele me disse " OLHA PRA MIM, PORRA!".
E pronto, agora entendi a mensagem.
Essa coisa de olhar para o próprio umbigo agora me é muita mais que necessária. É um Egocentrismo Necessário eu diria.
Porque a gente passa tanto tempo olhando para os outros e pelos outros, e esquece um pouco de olhar pra dentro, para ver como a gente está, o que a gente sente, se tá bom assim ou é melhor assado.
Se eu to sentindo isso, por que disso? A resposta pode ser vista aos meus olhos nus. Mas só a eles.
Precisava de algo que me fizesse me ver mais de perto, no íntimo, me perceber eu, sem mais nem menos. Só eu.
Por ora eu vou me esquecer dos problemas das pessoas, do mundo, de tudo. Vou pensar em mim, vou ser mais eu.
Meu Amor Próprio é meu amor eterno, meu amante fiel. Quando mais preciso lá está ele, romântico, astuto, sagaz e envolvente, me trazendo um ramalhete de rosas e licores dos deuses só pra me dizer o quanto ele me ama e que ele é a coisa mais importante que eu tenho. É, Amor Próprio, você é o amor mais amado que eu tenho. É ele quem me tira da tristeza, que limpa minhas lágrimas que faz com que eu me sinta mais amada. É ele que me mostra que a vida é linda, e que há muito dela pra se viver!
Agora não quero saber dos problemas das pessoas, das chateações delas. Só se eu quiser muito.
Porque agora é hora de olhar pra mim!
Deixando que esse Egocentrismo Necessário não me faça perder a linha, e que não deixe o meu Amor Próprio de lado porque ele é meu, é muito particular, intimista, profundo, sincero, só meu, eu, mim, comigo!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Rotina

Rotina. Essa dilaceradora de corações, ladra de almas e do brilho da vida.
Essa tirana que escraviza a mim, a você, nós, vós, eles e elas também.
Rotina. Nossa auto-censura de ser o que somos, essa mesmice de todo dia e que seja feita a vontade dela.
Rotina. Essa massacradora de sonhos e boas ideias. Essa coisa pegajosa que fica em nossos olhos, e não nos permite ver nem muito menos olhar.
Rotina. Essas algemas de mim mesma, em lugares comuns, pessoas iguais e sorrisos forjados.
Rotina. Esses meus gestos ensaiados, minhas palavras coreografadas, minhas coisas no mesmo lugar.
Rotina. Nossa zona de conforto, tão longe das verdades internas e dos casos mal resolvidos, pendurados junto de nossas toalhas.
Rotina. Chacina de nós mesmos num lugar cômodo e amável, mentiroso e seguro, quieto e ameno.
Rotina.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Responsabilidades

Quando a gente assume responsabilidades é porque tem alguma certeza que vai dar conta delas.
Mas como nada se faz sozinho nessa vida, a gente precisa contar com o bom senso alheio para que nossas tarefas obtenham 100% de sucesso.
O que não acontece muitas vezes!
Por causa da irresponsabilidade e desorganização alheia somos julgados e condenados, sem ao menos ter direito de defesa.
E não é uma condenação física, é uma condenaçaão mental das pessoas.
Ninguém precisa te dizer, basta você perceber o modo como te olham.
As pessoas tiram suas próprias conclusões e fazem delas suas verdades absolutas.
É claro que tem aqueles que sempre preferem ouvir os dois lados antes de fazer qualquer julgamento de valor, mas esses também são raros.
Quando esse tipo de coisa acontece a gente percebe que é melhor não querer mudar o mundo. É melhor ficar na sua, deixar que as coisas aconteçam.
Mas as vezes a gente só quer ajudar fazendo o nosso melhor... Mas quem se preocupa de verdade com isso?
Os mais fracos pagam pela desorganização dos mais fortes!
E sendo assim a gente passa a tomar uma postura que não queria, mas não tem muita alternativa...
É... vivendo e aprendendo!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Renovando... sempre!

Renovar é preciso!
E nada melhor para renovar do que um blog novo!
É , isso mesmo! Um blog novo!
Eu já fui sete a uma, e elagabi. Já escrevi na parede do casulo, já voei e deixei meus rastros de tinta do céu. Cada fase dessa tem um momento, um propósito, mas todos eles convergem pra uma só coisa: eu, em busca de mim mesma.
Em busca da melhor forma de me expressar, de me sentir e me encontrar.
Antes eram contos, personagens, quase uma novela.
Agora? E agora?
Agora é o que vier!
Todas as fases foram especiais, mas elas passaram, assim como a lagarta que muda e vira borboleta, se assume e voa ao encontro daquilo pra chamar de seu.
E não é um "seu" voltado a pessoas, coisas e bens. É um seu muito próprio e intimista. É um sua, sua vida, sua história e sua personalidade.
Hoje me assumo aqui: Gabi Sikorski.
Gabi Sikorski é como me identifico, como me percebo hoje.
O nome não é mera posse, mas uma identificação minha, do que eu sou, do que eu sinto hoje e agora!
E o amanhã?
O amanhã a Deus pertence!
Sejam bienvenidos ao meu novo blog: gabisikorski.blogspot.com !!!!