domingo, 30 de dezembro de 2012

Por um 2013 com mais amor e menos carência

Custei a acreditar que o rapazote sofria desse mal.  Mas não foi muito difícil identificar porque os sinais são sempre os mesmos. Aparente paixonite no início para depois, puf, sumir.
Palavras doces depois do primeiro encontro e um silêncio sem gosto que nunca faz chegar o segundo.
A gente nunca quer admitir que foi vítima da carência alheia. Mexe com o ego, não faz bem pra saúde emocional. Mas acontece e certamente já fizemos os outros passarem por isso. Que atire a primeira pedra quem nunca levou um relacionamento, uma ficada, um qualquer coisa adiante por carência.
Não gosto de generalizações, mas eu observo, pelo menos com as minhas amigas e afins, que nós, mulheres, temos uma particular dificuldade em identificar e aceitar que sim, o rapazote cujo qual estava nos fazendo felizes, sofre de carência e nós somos alvo dessa carência.
Nós inventamos 2000 desculpas para nós mesmas para justificar os mios, as mancadas e o aparente descaso que se segue, quando a carência dele passa e a nossa continua.
A gente insiste, achando que é a personalidade do fulano que é assim, ele é mais quieto mesmo, esqueceu o celular no carro por isso não me respondeu, tá dormindo até mais tarde por isso não me atendeu.
Não. Não é isso, fia. Ele estava carente, saiu com você, a carência dele acabou e você acabou junto. Ok, pode até ser que ele tenha uma nova crise de carência, mas po, por que a gente vai insistir num fulano que sofre de carência?
Tem tanta gente legal nesse mundo, mais disposta a ir com você no cinema, te levar pra tomar alguma coisa, ou conversar em qualquer lugar pelo simples prazer e interesse em estar com você.
Existe ainda aquele problema que se sucede depois que somos "vítimas" da carência alheia. Ficamos carentes e vamos lá, procurar um outro cara que satisfaça nossa carência. Tudo que o filho da pulga fez com a gente, a gente vai lá e faz com outro. É um ciclo de carência vampirística. Ele me morde e eu viro carente, daí eu vou lá, mordo outro que vira carente e assim caminha a humanidade, num ciclo vicioso de pessoas carentes, sem propósito, amor próprio e amor pelos outros.
Aproveitando a data que se aproxima, data em que a gente traça um monte de metas para o ano que se aproxima, tracemos uma meta sólida, que vai nos fazer melhor e fazer o mundo melhor:  mais amor e menos carência.
Não quero ser mais uma vampira carente em busca do próximo babaca que vai suprir o vazio que alguém deixou.
Acho que nós, humanos, apesar de todas as infinitas cagadas que fazemos todos os dias, temos algo de melhor em nós.
Que 2013 nos inspire a despertar esse algo bom!
Por um novo ano com mais amor e menos carência!

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