domingo, 6 de janeiro de 2013

Minha menina...

" Não quero me prender, sabe". Mas enquanto ela dizia isso, via seus olhos brilhando no contrassenso da sua alma dançante, do seu coração que palpitava perto do meu e do sorriso que ela dava quando eu a enlaçava pela cintura e dava uma piscadinha.
Você já estava presa, por livre e espontânea vontade, meu bem. Eu vi quando seus olhos pediram que eu te segurasse, enquanto você se esgueirava, tentando se desvencilhar de mim, numa gargalhada gostosa, de quem se contradiz o tempo todo, porque quer e sabe disso.
E você me olha com seus grandes olhos de boneca assustada, eles me analisam, me engolem e me buscam para algum lugar que eu nunca estive. Você procura alguma resposta no meu silêncio, ri sozinha, você acha que eu não percebo sua quietude indagadora, quando você olha para as estrelas e então olha pra mim?
Você é linda, sabia?
E faz careta quando eu te elogio. Me chama de bobão. E a gente ri, ri tantas vezes de tudo, de todos, de nós mesmos, tanto quanto for possível.
Falamos dos sóis que nunca vimos, das coisas que não explicamos, ou de qualquer particularidade da vida que nos torna cada vez mais próximos.
Esperei a semana inteira pra ver você feliz em me ver. E isso me faz feliz por nós. Quando a gente caminha em silêncio de mãos dadas pra ouvir o som da natureza e você diz que ama o cheiro de jasmim. Respira bem fundo e me diz como uma criança feliz "Olha, não é uma delícia?".
Eu vou cobrir você de jasmins, meu bem, numa cama feita de grama molhada, num dia de calor, pra refrescar seu coração dos medos, dos anseios e de tudo que te assusta.
Eu estou aqui. E estou aí. A gente fala a mesma língua, sonha os mesmos sonhos, ainda que diferentes por um lado.
Deixa de besteira, não vou fugir de você. Você não vai sair de mim. A gente vai seguir assim, lado a lado. E seja o que Deus quiser, minha menina.


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