terça-feira, 10 de abril de 2012

Tá difícil acreditar no amor, sabe...

Tá difícil acreditar no amor, sabe. Tá difícil mesmo.
As vezes fico pensando se as pessoas amam mesmo ou se sofrem de carência excessiva. Se elas amam mesmo ou precisam de um psicólogo de plantão, uma muleta ou alguém pra aliviar os seus instintos primitivos.
E quando digo pessoas, me incluo nessa. Sabe, um dia a gente sente uma coisa, no outro dia já mudou.
Acho que a gente ama sim, mas ama torto sabe, ama com barreiras, ama com dúvidas, ama com conceitos pequenos e essas coisas todas são barreiras pro amor de verdade.
A gente começa a amar com medo, desconfiança, colocando limite em tudo, pensando, racionalizando.
A gente fala o tal " eu te amo" com muita facilidade e não acho que seja mentira, mas cada um tem seu jeito de amar. Daí que, as vezes a gente não se contenta com o jeito que o outro ama, e vai procurar amor em outra freguesia.
Eu ando bem descrente do amor. E acredito que no sentido que eu gostaria de ser amada, fui amada uma ou poucas vezes.
Porque amor de verdade é aquele que fica dentro da gente, primeiro como uma lembrança dolorosa, mas depois, como uma saudade boa sabe.
Amar, pra mim, não é dizer que ama simplesmente, daí quando acaba, infernizar a vida do outro pra que, depois que você desligue o computador, vai arranjar alguém que possa satisfazer sua carência e seu ego na primeira balada ou na primeira esquina, sendo um pouco mais ríspida.
Se você me ama, você me ama, e eu não vou sair tão fácil da sua vida. Não tô dizendo que a gente deve ficar acorrentado pra sempre em uma pessoa. A gente tem que seguir em frente, o tempo não para mesmo.
Mas vai, sai escrevendo por aí que me ama, pra depois sair atirando pra tudo quanto é lado, pra sair por aí, se jogando na vida louca?
Desculpa, pra mim isso não é amor.
Amor a gente respeita, a gente guarda, é algo sagrado sabe, que a gente não quer profanar por aí, tentando substituir a razão que faz ou fez a gente acreditar que o mundo pode ser um lugar bom pra se viver.
E por mais que você ache que eu não tenha te amado, eu amei segundo as possibilidades do meu coração naquele momento e sei que respeitei você, muito mais do que você me respeitou depois.
Não saí por aí, me jogando no colo do primeiro otário que me fizesse sorrir. Eu estou aqui, tentando organizar as coisas do meu coração, enquanto você curte a sua vida de solteirão descolado.
Não vou julgar e dizer que você está errado. Mas pra mim isso não é amor, não foi, nem é.
Amor é uma coisa mágica que vive dentro da gente, por mais que a gente insista em matar. Vai além da nossa miserável compreensão.
E que por mais que a gente viva a nossa vida e se abra para novos relacionamentos, esse amor a gente guarda numa caixinha. Amor é sagrado.
E por isso acredito cada vez menos nesse amar das pessoas...
Tá difícil acreditar no amor, sabe...

Um comentário:

  1. O Amor se divide em três categorias segundo a sabedoria grega: Eros, Philia e Ágape.

    Muitos choram por causa de Eros, o amor da apreciação, pois essa fase é intensa e poderosa para aqueles que não tem o discernimento. Eros era também deus dentro da mitologia grega, porém a representação deste nunca foi do amor e sim da paixão.

    A paixão entra por nós como a flecha do cupido. É forte e penetra com intensidade, por isso também machuca e fere mortalmente.

    É nisso que se consiste a Paixão de Cristo, um amor tão forte e tão intenso a ponto de se entregar as mais cruéis torturas para a salvação: "Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna." (São João 3, 16)

    Porém esse amor não é o amor Eros e nem a paixão, pois Eros é uma apreciação meramente física ou intelectual e na paixão você é machucado e não permite se machucar. O que é descrito no Calvário é o mais perfeito, é o amor Ágape.

    Enfim, quem supera Eros entra na Philia (que pode ser tão perigosa quanto Eros). Philia=filiação, é um amor que você já encontra na sua vida com seus amigos, família e as pessoas que você admira. Por isso tão perigoso, quando a paixão esfria ela pode se tornar uma pura amizade e o que antes ardia no peito arrefece e se mantém assim, nada mais.

    Por isso a ciência diz que existe um limite de tempo para o amor, como se a alma pudesse ser explicada. Como se nossos avós se amaram até a morte por mero compromisso social.

    Quem ultrapassa a Philia chega ao amor Ágape e esse sim supera qualquer coisa, pois ele aceita todos os defeitos e não se acomoda com um "ele é assim mesmo", nem quem passe a vida inteira sem conseguir nada.

    O Ágape é belo, pois mesmo irritado com alguém, você seria capaz de sacrificar a sua vida por ela.

    O problema do amor desta geração inescrupulosa (sem consciência; sem princípios) é dedicar um amor Eros com extrema força a uma única pessoa, deixando de lado inclusive seu próprio eu. O que própria Bíblia diz que é impossível: "Ama o teu próximo como a ti mesmo" (Gl 5,14) ou então, perdoa o teu próximo como perdoaria a si mesmo.

    O amor conjugal não é e nem pode ser maior que o Ágape, porém ele sempre irá envolver Eros para que a espécie se procrie. Mas o Ágape nunca deve ser guardado a um número mínimo de pessoas. Pois Aquele que viveu com maior intensidade esse amor Ágape, nos ensinou a usá-lo, inclusive, contra quem nos machuca.

    "Amor é sagrado." E o sagrado se estende a tudo e a todos.

    Novesfora obrigado, isso me ajudou a destravar este texto ;). Precisando de um ombro forte não conte comigo, mas um ombro amigo sempre estará disponível.

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