quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre a Mulher Banana, desmaios e a sutil diferença entre homens e moleques

Esse final de semana recebi, carinhosamente, o apelido de Mulher Banana. E vindo de quem veio, só podia ser carinhosamente mesmo.
Sou uma banana. Mas daquelas bananas que não gosta de ver filme com muito sangue, tem medo de escuro e desmaia em ambientes quentes e lotados.
Já desmaiei na Basílica de Aparecida, na balada X,Y,Z, no metrô, enfim. Sou uma banana mesmo. Baixou a pressão pode me segurar que eu vou cair. Sou tão manjada nesse assunto que quando minha visão escurece eu até aviso "me segura que vou desmaiar". Simples assim.
No paradoxo da visão escura e da falta de sentidos, não tive como fugir a comparação que está martelando na minha cabeça desde então. A linha tênue, a sutil diferença em ter um homem e um moleque ao seu lado na sua vida.
Na vida mesmo, colega, não apenas na hora do desmaio.
Porque a vida é composta por N desmaios se formos pensar metaforicamente.
Quantas vezes a gente não perde os sentidos, a razão, a vista, mesmo acordada?
Quantas vezes a gente não sente que vai cair e sente medo de não ter alguém pra segurar?
Quantas vezes a gente não se sente frágil e desorientada no meio da multidão?
Quantas vezes você não acorda de um "desmaio metafórico" e pensa, "cara, por que eu acreditei nisso?"
Pois é... A vida está cheia de desmaios, perdas de sentidos, fraquezas inesperadas. Porque mesmo me conhecendo, eu ainda tinha esperança de sobreviver na famigerada balada de sábado. Eu tava bem, bem acompanhada, tudo tranquilo, mas ah, a vida adora testar a gente. Cinco minutos no meio da muvuca e minha pressão se jogou de bungee jump dizendo "Au revoir!".
E num momento como esse, se você tiver um moleque ao seu lado, chore. Porque moleques não sabem reagir em situação de perigo, moleques não sabem como lidar com uma pessoa sem sentidos e que precisa deles pra se recuperar. Eu já tive a infeliz experiência, há algum bom tempo atrás, de desmaiar e ter que depender do auxílio de um moleque, e que sinceramente, se tivesse dependido no real sentido da palavra, tinha acabado da pior maneira que posso imaginar, porque além de me largar sozinha, comprar apenas uma miserável água, porque eu pedi pelo amor de Deus, ficou com ciúmes do outro filho da puta que tava tentando me xavecar, enquanto eu não enxergava um palmo na frente da minha mão!
Isso mesmo, minhazamiga, além do moleque frouxo, existem espécies de moleques que são tão incapazes que conquistar uma mulher, e que se aproveitam de um momento de fragilidade delas, porque imaginam que elas estão bêbadas e tentam ficar com elas. Mas eu não estava bêbada e ainda tive que me virar nos 30, sem conseguir me deslocar de onde estava até a saída da porra da balada.
Mas, quando você tem um homem, homem mesmo, pode ficar tranquila, pode desmaiar que nem uma lady, pode cair que nem uma banana, tipo eu, que ele vai cuidar de você. Ele vai te carregar, mesmo que você seja "pesadinha" como eu, rs, vai ajudar você a recuperar os sentidos, vai te proteger dos filhosdaputa e dos enxeridos, vai cuidar da sua integridade física, vai te acalmar, vai te aconchegar no peito dele pra você respirar fundo, não vai ter nojinho se você vomitar, vai comprar coxinha da Real pra você, mesmo que você não coma e no fim, vai fazer você se sentir a pessoa mais especial mesmo com todo seu aparente vexame.
Porque ele não se importa com isso, ele se importa com você e é aí que mora a diferença. É claro que no dia seguinte ele pode te dar o apelido carinhoso de Mulher Banana, Bananinha, mas depois de tudo, até que ele tem crédito, rs...
Por isso, olha bem pro cidadão que tá ao seu lado, pensa bem, porque é na hora do aperto que a gente conhece as pessoas, e eu tenho certeza que se um dia você desmaiar, em qualquer sentido que seja, figurado ou real, você vai querer que alguém te segure, mesmo que no dia seguinte ele sorria pra você aquele sorriso lindo que só ele tem, te abrace e diga "Minha Mulher Bananinha!".

Um comentário:

  1. que texto sensacional Gabi. Eu sou uma mulher banana que vive desmaiando por aí também, nos dois sentidos. Espero encontrar o homem mesmo, ao invés de um moleque, durante os meus desmaios.

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