terça-feira, 3 de abril de 2012

Meu novo caminho!

Desde o dia que eu decidi que ia voltar a morar na minha terrinha, senti que muitas coisas mudariam a partir daí. Pois é, mudaram mesmo.
Acho, na verdade, que desde o dia que eu decidi que ia morar fora eu venho acompanhando uma série de mudanças bruscas na minha vida, o rompimento de certos paradigmas, ideias, pensamentos, afinidades.
A gente vive numa constante mudança. Já disse um grande amigo meu " é a vida em movimento". Pois é, e que movimento.
Estou aqui hoje pra anunciar mais uma grande mudança na minha vida. Hoje, nesse 3 de abril de 2012 coloquei um ponto final no meu relacionamento com o jornalismo.
Isso mesmo caros leitores, exatamente isso. Decidi, depois de MUITO refletir (chorar, me descabelar, pensar, repensar, colocar na balança, tirar, por de novo, orar, rezar, suplicar ajuda Divina) que eu definitivamente não nasci pra ser jornalista e outra, eu não quero ser jornalista.
Daí que alguns vão pasmar, ficar bege, azul, rosa, todas as cores do arco-íris de espanto e pensar " Mas não era a Gabi que gostava de escrever, que parecia ser tão empolgada...".
Bom, em primeiro lugar eu aprendi que pra ser jornalista não basta gostar de escrever e escrever bem.
Em segundo lugar, pois é, vocês sentem o quão traumático pode ser pra uma pessoa fingir ser o que não é? Viver a vida de um personagem que ela gostaria de ser, mas não é?
A minha crise com o jornalismo começou no segundo semestre de faculdade, ainda em São Bernardo, quando comecei a me questionar se eu queria ser jornalista mesmo, se eu queria levar aquela vida de redação, assessoria, ou qualquer coisa do gênero.
Atribuía minhas crises existenciais a saudade da família. Então que terminado o terceiro semestre, eu decidi fazer as malas e voltar pra terrinha. Quem sabe assim, fazendo o curso mais perto, morando em casa novamente, junto da família, as coisas melhorassem...
Tive que re-cursar o segundo semestre por conta da transferência. Daí que agora eu estou nos primeiros meses do terceiro semestre e chego a uma conclusão muito clara: não, não quero mais ser jornalista.
E não adianta eu me enganar. Porque eu só sabia chorar, ficar em crise e não querer ir pra faculdade. Pensar em estágio me dava ânsia, porque eu não queria trabalhar com jornalismo mais.
A questão é mais profunda que mera desistência. A questão é que eu, Gabriela Sikorski, não acredito mais no jornalismo como um meio de transformação social. E digo mais, não acredito que pensando assim, eu possa viver em paz com a minha consciência, defendendo algo que nem eu acredito. Tenho certeza, não vou fazer diferença nenhuma no jornalismo. Serei mais um robô depressivo dentro de uma redação, ansiando pela liberdade que nunca vai chegar, porque não teria coragem que sair da zona de conforto. Porque saibam meus amigos, a gente se acostuma até com o que não gosta.
Somado a isso vem a minha felicidade imensa em estar com os pequenos na escola.
Desde muito nova me afeiçoava a sala de aula. Quando minha mãe tinha escola, eu tinha bem meus 13 anos, depois da minha aula que era de manhã, eu passava a tarde na escola, ajudando as professoras na sala de aula, brincando de forca com a criançada, lendo história, organizando brincadeiras no parque.
Sim, eu amo esse ambiente escolar, eu amo a escola. E parando pra refletir o que me segurou esse tempo todo no jornalismo foi a vontade de, um dia, poder ser professora de jornalismo.
A questão é que eu não queria ser professora de jornalismo. Eu queria ser professora.
PROFESSORA. É com grande alegria que pronuncio essa palavra e com os olhos emocionados que escrevo esse texto dizendo: EU QUERO SER PROFESSORA!
Quero ensinar os pequenos, dar aula pra educação infantil, alfabetizar, ensinar a ler, escrever, quero ser abraçada pelos meus alunos e ser chamada de Tia Gabi.
Eu acho isso muito lindo e tô muito feliz com a minha decisão.
Mas nem só de flores é feita nossa vida.
Foi MUITO difícil e doloroso chegar a essa conclusão. É muito difícil ter humildade e coragem pra começar tudo de novo. É penoso a gente desistir de algo que botou tanta disposição e energia. E claro que junto a isso tem aqueles que torcem o nariz e repetem que eu tô ficando louca, onde já se viu, ser professora? Vou ganhar mal, vou isso, vou aquilo. Tem aqueles que arregalam bem os olhos quando eu digo que não quero mais fazer jornalismo e que no meio desse ano, se Deus assim o permitir, eu começo a fazer Pedagogia.
Mas, sinceramente, a vocês que se espantam com a minha resolução, é porque não me conhecem bem.
Aqueles que sabem quem mora atrás da Gabi Sikorski que muitos julgam conhecer, sabem que era questão de tempo pra eu me encontrar nas sendas da educação, junto aos pequenos, com a simplicidade e o amor que lhe são devidos.
Aprendi muito nesse tempo. Muito mesmo. Alguns vão dizer que eu podia ter comprado um carro com a grana que eu gastei ou ter feito uma viagem. Mas eu diria que fiz a viagem mais difícil e também mais maravilhosa de todas, aquela que leva a gente pra dentro da gente mesmo e faz a gente perceber coisas que só nossa alma em harmonia com o nosso coração, pode dizer. Eu entendo que tinha que ter feito esse tempo de jornalismo, porque precisava desse conhecimento e precisava encontrar e até reencontrar pessoas muito importantes para minha jornada na Terra. Fiz muitos amigos e agradeço todos os dias por isso.
Sei que não vou mudar o mundo. E sei também que tem gente ruim em qualquer lugar e profissão, mas a gente tem que decidir pelo que vale a pena lutar, pelo que vale a pena acreditar, se esforçar, chorar e sorrir.
Eu entendo que posso fazer mais diferença na educação dos pequenos, porque eu AMO as crianças, eu vejo Deus falando por meio da simplicidade, da singeleza e da ternura delas. Eu penso em Jesus que disse " deixai vir a mim as criancinhas" e peço que Ele, Mestre Bondoso e Amigo, me ampare nessa decisão e no caminho traçado por ela.
Agradeço aqui aos meus familiares tão amados, especialmente minha mãezinha que é meu porto seguro e minha luz maior em todos os momentos, que não me recrimina, que não joga na minha cara todo o investimento e sofrimento. Que me entende, me escuta e me apoia, que é meu motivo maior de viver e de me esforçar para que ela sinta cada vez mais emoção e orgulho por ter me dado a vida. Agradeço a Naná por me ajudar a pensar e rever esse lado meu, a Dani que me mostrou que quando a gente ama o que faz, os resultados vem, agradeço ao Dado que me apoiou dizendo que não importa minha decisão e sim que eu fosse feliz com ela. Ao meu avô Renato que com seu sorriso amoroso me disse o que eu sei todos os momentos, que ele sempre vai me apoiar se disso depender minha felicidade, ao Rô que sempre é um santo homem, apoiando meus sonhos, fazendo das minhas alegrias as dele também. A Ana por sorrir e me dizer que em meio a tudo isso, me admira e que sempre estará comigo. E ao meu pai, que mesmo tendo se assustado com a minha resolução no princípio, aguçou o olhar do coração para compreender que o meu coração de filha batia por compreensão.
Obrigada aos meus amigos queridos que me ajudam, me apoiam e me dão forças, me fazendo ver novas nuances da minha decisão, que colaboram pra minha esperança no amanhã.
Agradeço muito a toda a Espiritualidade Amiga e Bendita, que tem me auxiliado em todos os momentos. Vocês, amigos invisíveis aos nossos olhos terrestres, mas sensíveis aos apelos de nosso coração, obrigada pela coragem, pela inspiração, pelo amor incondicional e pela misericórdia de Jesus que vem através de vocês.
E obrigada, Mestre Jesus, meu querido amigo de todos os momentos. Senhor, vós que me escutais sempre, fazei de mim instrumento da Tua Vontade Divina. Por que, afinal de contas, não seria Jesus o nosso Grande Professor nos divinos ensinamentos do amor, do perdão, da caridade, da abnegação e da luz maior?
Assim, sentindo o espírito leve, tendo força e fé no meu coração, naqueles que nele habitam e no Mestre Divino, eu deixo aqui meu recado: amigos, eu serei professora! E tenho dito!

3 comentários:

  1. Boa sorte na sua escolha. Parabéns pela atitude e que dê tudo certo.

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  2. Amiga,fico feliz de saber que você está encontrando o seu caminho, e isso realmente é a coisa mais importante na vida! Acho que cada acontecimento da vida não se é por acaso, e quem disse que é fácil se encontrar assim? Mesmo Jesus,com toda a sua luz e sabedoria passou por caminhos tão tortuosos e cheio de escuridão para ser reconhecido! O mais importante é não termos medo de ser o que realmente queremos ser,não termos medo de errar e acertar... E quando se tem pessoas maravilhosas próximas a gente,essa tarefa fica um pouco mais leve,e a sua família é maravilhosa!
    Toda a sorte do mundo pra você nessa nova etapa da sua vida,e nem preciso dizer o quanto você se sairá bem, pois todo mundo sabe disso! Amo você!

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  3. Sempre é tempo de mudar e escolher um novo caminho! Fico orgulhoso que tenha transformado o discurso em prática. Dificuldades a gente sempre vai dar um jeito de criar (elas não existem, mas a gente insiste em encontrá-las), mas é na sua força de vontade e na sua fé naquele sentido que você vai sempre encontrar uma forma de superá-las. Nunca esqueça que perceber a totalidade e a integração inseparável de todas as coisas e seres é a única estrada que é capaz de te levar pra onde quer. Seja feliz por estar no caminho certo, o seu caminho :)

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