terça-feira, 6 de novembro de 2012

Eu não te amo mais...

"Eu não te amo mais. Então pode pegar suas coisas e ir embora no primeiro táxi que passar por essa rua. Pode alterar o status de relacionamento nas redes sociais e pode jogar a aliança fora... Pode me esquecer..."

Seria incrivelmente maravilhoso simplesmente pegar nossos pertences que ficaram ali, no canto do outro, alterar o status e jogar o anel no bueiro...
Esquecer...
Seria tão mais fácil... Mas e o resto?
Me diz o que eu faço com o resto?
O que eu faço com a sua lembrança? Com você sorrindo pra mim dentro da minha cabeça? Com seus olhos   lúcidos me indagando sobre o mundo, me respondendo sobre tudo?
O que eu faço com seu jeito, aquele jeito que eu me apaixonei... Jogo ele fora também? Mas como? Me diz como que eu juro que eu jogo!
O que eu faço com o cheiro da sua boca, com o sabor do beijo da manhã, com o meu coração batendo forte toda vez que eu lembro do beijo da noite, dos braços enlaçados na cintura... O que eu faço com meu coração? Seguro ele com as mãos, apertando até ele parar de bater? Jogo ele fora, junto com a aliança, com seu cheiro, com sua risada que era minha? Com seu abraço quente?
Era tudo meu e o que você fez?
Ainda ontem você me amava, você dizia. Mais do que dizia, você demonstrava...
Eu lembro que via nos seus olhos, brilhantes e claros, aquele amor que era meu. Era tão certo, tão real, tão vivo e morreu.
Mudei o mundo pra ser do seu jeito. E fiz tudo errado. Porque o amor acabou assim...
Um dia o dia acordou cinza. O seu coração bateu silencioso, sua palavra falou sem vibração, sua mão tocou frio e eu despertei em lágrimas. Amargas como o seu sorriso falso, como a sua mentira, como tudo que era errado e estava ali, diante de nós.
Foi tudo uma grande mentira. Nunca foi amor, Melissa. Mas não, não pode ser.
Porque dizem que a gente sabe quando é amor. Eu sabia, era amor.
Mas acabou, morreu, enjoou. Como um doce muito doce que você se cansa do sabor e diz "não quero mais".
E o que eu faço com a sua voz me dizendo que não? Me dizendo que nunca, corroendo as esperanças, devastando o que eu tinha, numa enxurrada violenta de desamor, desafeto, falta de consideração e egoísmo.
Daí eu paro, me olho e penso. E eu acho incrível essa capacidade. Hoje eu te amo mas amanhã eu não te amo mais.
Como se amor fosse assim, uma roupa que a gente guarda no armário. Hoje eu quero vestir, amanhã eu não gosto mais dela...
Como se amor fosse copinho plástico que a gente joga fora e tá tudo certo. Mas olha, coração não se recicla.
Como se amor fosse qualquer coisa.
Dai eu paro e escuto as pessoas dizendo: Melissa, Melissa, ele não merece você.
Mas será que amor é merecimento? Eu ainda acho que merecia seu amor, mas olhe, hoje você não me ama mais... E foi assim, do nada, puff, acabou o amor.
Como se fosse fácil trocar de coração como se troca de roupa...
Eu fico aqui, tentando entender esse descaso com o amor, nesse armário de desilusões, tentando achar um jeito de jogar tudo isso fora...
Parecia tão fácil pra você, quem sabe eu consiga....

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