quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Os mesmos erros

Tem mil coisas nessa vida que eu queria saber, mas se tem uma coisa que eu queria saber muito é por que a gente se preserva tanto do amor depois que cresce?
Tá, eu até tenho meia dúzia de repostas plausíveis pra mim mesma, mas mesmo assim, se tem uma coisa que faz meu coração e minha mente se chocarem violentamente é essa coisa da gente se fechar, dificultar tudo, criar barreiras e tal. Limites estratosféricos pra jiraya do relacionamento dar certo e ser saudável.
Claro que quando a gente tem seus 16 anos amar parece mesmo muito simples, e é claro que depois de alguns belos capotes, arranhões e cicatrizes, a gente começa a ficar mais esperto no que chamam de amor. Não se abre pra qualquer um, fica mais seletivo, mais crítico e mais limitador. Tudo é limite.
Tudo bem até acho isso saudável, mas a gente e quando digo a gente, digo porque eu também faço isso, tem uma lazarenta mania de achar que vai repetir os mesmos erros.
Então, quando a gente começa um relacionamento, a gente coloca todos os sentimentos numa tabela do Excel, compara com a tabela anterior, faz um balanço pra ver onde que erramos e o que temos que fazer pra dar certo.
A gente fica miguelando sentimento porque o último filhodap**a que passou pela nossa vida não deu valor pra gente, então, com o próximo a gente vai fazer isso, vai se conter, vai se fechar, não vamos repetir os mesmos erros.
Não, não vamos mesmo, só vamos cometer erros novos!
Queria saber em qual livro que tá escrito que amor é matemática, que amor é estatística, que a fórmula para o amor feliz e pleno está em a gente fazer um mega balanço de todos os nossos relacionamentos anteriores, colocar os erros na balança, medir as ações e tirar uma média pra saber como agir! Queria saber mesmo porque eu também sou mais uma desgraçada que fica se comedindo porque tem medo de agir errado como da outra vez!
Quais a chances da nossa super mega estatística dar certo?
Se amor fosse ciência vendia em potinho, em gotas ou comprimido. Seria ótimo, né?
Não, não seria...
Até quando a gente vai ficar poupando saliva, sorriso, cheiro, até quando a gente vai miguelar abraço, segurar o beijo, conter aquela vontade louca que dá de ligar no meio da noite só pra ouvir a voz do outro, PORQUE TEMOS QUE SER PACIENTES, PORQUE TEMOS QUE DAR TEMPO AO TEMPO, PORQUE NÃO PODEMOS SER IMPULSIVOS E COMETER OS MESMOS ERROS?! Até quando?
Não tô falando que a gente tem que meter o pé e sair fazendo o que der na telha. É claro que eu concordo e acho que a reflexão de nossas atitudes é um passo muito saudável pro nosso adiantamento como pessoas mais esclarecidas, que quando a gente se conhece melhor, consegue conviver melhor com os outros e tal. É claro que temos que refletir nos nossos erros e acertos, não tô fazendo apologia ao Carpe Diem sem limites.
Mas até aí a gente ficar achando que tudo vai ser sempre igual, que porque eu fiz de um jeito com uma pessoa X se eu fizer com Y vai dar errado do mesmo jeito? Não dá, Braseel...
Graças a Deus as pessoas são diferentes sabe e você nunca vai saber se vai dar certo ou errado se você não tentar...Bem clichêzão e bem verdade. Vamos encarar os fatos.
Porque enquanto a gente fica pensando em não cometer os mesmos erros, na verdade estamos cometendo o mesmo erro de sempre...
Nessa a gente vai podar a mágica do inesperado, a beleza da sinceridade dos atos, a luz que emana de nós quando fazemos algo pelo simples acreditar que aquilo vai dar certo. 
Vamos vivendo como máquinas, comedidos em tudo, dosando, absorvendo do outro doses homeopáticas de um amor rarefeito, quando na verdade, tudo o que a gente queria mesmo, era morrer de amor só pra continuar vivendo.

2 comentários:

  1. "Vamos vivendo como máquinas, comedidos em tudo, dosando, absorvendo do outro doses homeopáticas de um amor rarefeito, quando na verdade, tudo o que a gente queria mesmo, era morrer de amor só pra continuar vivendo."

    Amor, que páragrafo final é esse? Aliás, que texto é esse?! Estou nessa exata situação...É um medo de se machucar, de se colocar nas mãos de um novo alguém e sentir as feridas gritarem. Gostaria de poder mudar mas o sentimento parece ter fincado raízes profundas :(

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  2. Ga,

    Tudo é sempre novo porque a vida é feita do instante.
    Aquilo que temos como passado nada mais é do que uma criação nossa, uma interpretação dentro de um único ponto de vista (e limitado, partindo do pressuposto que existem infinitos pontos de vista) sobre um fato que já aconteceu. O futuro por sua vez também não passa de ilusão, já que o mundo se movimenta o tempo todo, e, apesar de termos a chance de antecipar a reação gerada por nossas ações, nunca teremos condição de prever a mudança que acontece no universo inteiro, fato que, "malucamente" ou não, interfere diretamente naquilo que amanhã chamaremos de hoje.
    No fim, nós somos o resultado de todas as experiências que já vivemos, além é claro da nossa consciência de nós mesmos e da nossa percepção de unidade e relação com a totalidade. Mas apesar dessa fala metida à difícil, tudo que eu quero te dizer é que cada instante é uma oportunidade que a vida te dá pra viver o novo.. Nada nunca é igual, mesmo que seja em uma rotina insistentemente repetida, já que o mundo não é o mesmo à cada novo instante e nós nos deparamos com novos "eus" toda vez que respiramos.
    Não tenha medo de se jogar. O coração é nosso guia e errar é a parte mais importante do aprendizado, já que é à partir do erro que obtemos consciência de nós mesmos.. (Como você deve saber bem melhor que eu, o "Não" para criança significa "eu")..
    Se atire na vida e seja feliz!
    E nunca se esqueça de encarar cada oportunidade, cada encontro, cada surpresa, como um grande presente que a vida tá te dando pra você se conhecer e, especialmente, ser feliz!

    Torço sempre por você!!

    Bjãoo

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