quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O maior excesso de Elis

Não adiantava Elis querer apagá-lo de sua memória. Na verdade nem motivos ela tinha para isso. É que sendo excessivamente dramática, Elis transformava gotas de chuva num dilúvio interminável, onde ela se afogava e depois ressurgia como a Vênus de Botticelli.
O maior problema de Elis era amar demais. Amava demais, queria demais, chorava demais, falava demais. Excessos que ela cometia por querer ser feliz demais. E as vezes esquecia de ver que a felicidade estava bem diante de seus olhos, na simplicidade de um sorriso que tenta ser o mais verdadeiro possível com ela quando diz que a ama e que a queria bem.
Mas Elis era demasiado impulsiva e metia os pés pelas mãos quase sempre. Ciumenta, se fosse uma rainha teria mandado cortar a cabeça daquelas que se meteram em seu caminho.
Mas Elis não era só adjetivos negativos. Ela era uma menina doce e meiga, que só queria viver um grande amor e não media esforços quando achava que encontrava um. Dedicava-se ao máximo, doava-se como nunca, vivia com toda intensidade de seu ser. Mas a intempestividade dela não deixava que ninguém ousasse lhe tirar a paz, e se ousasse, sofreria as consequências. Mas na verdades quem mais sofria as consequências de sua intempestividade era ela mesma, que desfalecia de tanto chorar no sofá, com medo que o mundo lhe negue o amor.
No fundo, Elis não é má pessoa. É meio louca, com certeza, mas ela só quer viver, só quer amar e ser amada. Um amor imenso, maior que o mundo, amor em excesso. O maior excesso de Elis.

Um comentário:

  1. Engraçado que cada vez mais eu me acho mais "Elis"! hahahah Mas me fale, onde foi parar o João? :P

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