quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dezesseis outra vez

Talvez pudesse pensar menos em você. Talvez, é apenas uma hipótese.
Mas eu não quero. Não quero porque tenho minhas razões.
Você reacendeu em mim algo que eu achei que tivesse esquecido, que o tempo tivesse apagado, que jamais pudesse sentir de novo. De volta aos dezesseis. É assim que me sinto quando digo que você trouxe de volta a sensação de estar feliz porque se ama, de se apaixonar por alguém que talvez nem saiba que você exista, mas só o fato de estar apaixonada de novo, dessa mesma forma que me apaixonava quando tinha dezesseis anos é absolutamente maravilhoso.
Mesmo que você não volte, mesmo que você não fique, mesmo que jamais nos casemos nem tenhamos filhos, mesmo que tudo isso seja uma grande ilusão, sentir o que tenho sentido desde que você reapareceu é incrível, mágico e eu não quero abrir mão disso.
Mesmo que tenha que me iludir um pouco. Mesmo que tenha que escutar Nando, Cássia, Chico e La Valse d'Amelie todos os dias. Eu não me importo, é música boa, de gente boa que aprendi a gostar com você.
Você só me traz coisas boas, sempre. Até a raiva que eu tento sentir as vezes por pensar que você está longe, que demora pra vir ou que já me fez sentir quando nos desencontramos em alguma curva por aí. Não dá. Você é um incrível amontoado de coisas belas, felizes e musicais que quero ter comigo, enquanto me fizer bem.
Tenho acordado feliz. Um feliz surpreendente sem propósito. Veja, você está longe. Muito longe. E quando voltar não vai ter tempo pra mim, digo isso porque lhe conheço o suficiente pra saber que você vai estar muito ocupado, como sempre esteve. E toda a espera desses dias serão inversas aos dias que você vai passar aqui, porque você se vai depressa, mais uma vez.
E nem sei se você vai me procurar com um girassol nas mãos, pra dizer que sentiu saudades e que me quer ao seu lado, mesmo que seja por quinze dias. Tudo me diz 'não', tudo me diz pra ficar longe. Menos o amor. 
Menos o meu coração, menos a minha alma que vibra feliz e contente, de volta as doces sensações do amor aos dezesseis anos.
Senti tanta saudade desse sentimento maravilhoso e belo, simples e puro, que não precisa de formas nem apegos, que não precisa se consumar para existir, porque ele vive só pelo fato de você existir...
Esse sentimento que aquece meu coração nesses dias frios e distantes de você, que me faz rir sozinha enquanto caminho pela rua, como a adolescente apaixonada que eu era e que consigo ser, porque você me trouxe isso de volta.
"Isso que é amor, Gabi". É o que as pessoas me dizem.
E deve ser mesmo. Porque sinto esse amor imenso por você, mas não quero lhe prender. É claro que seria feliz em ver você repousando a cabeça no meu colo, como naqueles dias felizes de março, mas se não posso tê-lo fisicamente, tenho-o no coração e isso ninguém pode me tirar.
Cuido de você todas as noites e todos os dias. Canto, porque a voz do meu coração é bela que só. Combina com seu violão afinado e com o timbre do seu riso gostoso, com o cheiro do seu cabelo liso, com a pontinha do seu nariz de árabe, de pierrot.
Bendito seja o Carnaval que nos conhecemos, bendito seja Tom Jobim e "Gabriela", bendito sejam os girassóis, bendita seja a hora que nos vimos, que nos beijamos, que nos perdoamos tantas vezes depois por esses desencontros que nunca foram nossos.
Bendito seja o amor que bate vivo e firme, há mares de você, nesse coração que só lhe quer bem, feliz e em paz.
Que vibra intenso, mágico e adolescente. Dezesseis outra vez.

                                                          Aos dezesseis. E o girassol...

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