sábado, 22 de setembro de 2012

Minha Clave de Sol

Lembra-se do dia em que você me ensinou a desenhar uma clave de sol? Pois é, nunca pude me esquecer desse dia.
Na verdade, nunca pude me esquecer de você. Mesmo quando eu quis. Mesmo quando achei que seu rosto era parte do meu passado enterrado. Não era, nunca foi. Você é meu presente. Presente de Deus pra iluminar meus dias, meu coração.
Tudo que vem de você é luz, tem Sol, calor. Lembra-se do meu aniversário de dezessete anos? Lembra-se dos girassóis? Lindos, amarelos, sorridentes. Que grata surpresa abrir aquele cartão e ler você. Que calor na alma, que paz no coração.
Acho intrigante esse mistério da vida que sempre nos reúne. Parece que é um sopro divino me pedindo pra nunca me esquecer de você. É um anjo que me diz para colocar novas flores no altar do amor, porque você está chegando. Mesmo quando acho que meu coração está desocupado, que não penso mais em ninguém, que estou vazia e sem amor, você aparece. Como o Sol que clareia a noite. A luz na escuridão.
Meu bem, você é meu Sol.
É meu Sol porque me aquece, me renova, me nutre. Mas assim como o Sol, não posso ter você numa redoma, dentro duma lâmpada, num apego egoísta de ser. Você foi feito para brilhar para o mundo, eu sou apenas uma privilegiada em poder compartilhar dessa luz que você irradia.
Como é bom sentir isso... Esse calorzinho que vem de você, mesmo que você não saiba e não faça absolutamente nada, apenas exista para que isso seja real. Apenas surja das cinzas para que eu possa voar novamente...
Você me faz tão bem. Mas não se preocupe, não precisa corresponder.
Não precisa se sentir cobrado, não precisa achar que vou exigir sua mão em casamento e sua liberdade em troca do meu amor. Não.
Amor não é isso. Amor não espera nada em troca, ele simplesmente existe pela beleza de ser o amor.
Que bom que você veio de novo, mesmo que não tenha vindo de fato, de alguma forma, pro meu coração, você veio.
Parece que eu estive esperando por isso tanto tempo e você sempre esteve aqui, no meu coração. Procurei tão longe, caminhei tanto, me desenganei tantas vezes e veja só, que bela ironia...
Eu não posso nem vou me apegar em sentimentos pouco dignos como posse, ciúmes, exigências ou qualquer coisa do gênero. E não vou dizer que estou esperando você o resto da minha vida, trancada pra sempre numa torre, esperando seu violão me despertar do sono da saudade.
Mas tenha certeza de que enquanto meu coração continuar batendo assim, quentinho, em paz e iluminado, você vai ser sempre minha Clave de Sol.
A luz que contagia meu sorriso, que mesmo que haja  um "não, talvez ou depois", vou seguir acreditando de que os nossos corações foram feitos pra bater no mesmo ritmo, longe ou perto. E quem sabe um dia a gente possa ouvir o som deles, deitados a sombra de uma goiabeira, sorrindo o amor que ganhamos de presente.
Você nunca foi embora, você sempre esteve aqui...
Minha Clave de Sol...

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