sábado, 8 de setembro de 2012

"Fale agora ou cale-se para sempre!"

Sabe quando você se sente um ET? Pois é, tava me sentindo assim ultimamente.
Estou beirando os vinte e um, a flor da idade, dizem-me. 
Pode ser, mas ao ingressar no novo curso, a grande e esmagadora maioria das meninas da minha idade se já não estão casadas, estão noivas e se não estão noivas estão namorando há 2 anos no mínimo, visando uma união estável futuramente. Nada contra elas, cada um sabe o que é melhor pra si.
Mas nessa eu me olhei e pensei: " Será que já tá na hora de eu começar a me preocupar com casamento?".
Entrei em crise. Não porque eu não tenha com quem casar, isso a gente arranja (risos), o noivo é só um detalhe. O que me pegou foi o fato de eu me sentir culpada e desajustada socialmente porque não sinto a menor vontade e preocupação em relação a casamento. Não acho que eu tenha maturidade o suficiente pra casar. Casamento, na minha humilde opinião, é uma coisa séria, que envolve vidas sabe, muitas vidas e eu não me sinto madura pra pegar uma responsabilidade dessas pra mim.
Cuidar e administrar uma casa, uma vida a dois, aaaaaaaah, para o mundo que eu não quero casar! Não agora!
Muitos de vocês vão dizer que eu tô certa, que é mesmo muito cedo. Ok, mas o que me assusta é que eu sempre fui dessas moçoilas casamenteiras. Não podia arranjar um namorado que já começava a viajar na maionese, pesquisando vestido de noiva, pensando como seria casar. Nossa, eu sempre quis muito casar.
E não é que eu não queira mais casar. Mas agora, é algo muuuuito distante das minhas prioridades.
Daí as nega vão dizer que é porque eu não me apaixonei de verdade, que quando eu encontrar o cara certo, aaah, me poupem desse discursinho apaixonado e cheia de caramelo que não cola.
Pra mim, quando duas pessoas decidem se casar, não basta o amor. Não basta mesmo, porque com um pouco de racionalidade a gente descobre que amor não paga contas, não compra apartamento, nem terreno, nem faz supermercado.
O amor será o alicerce de tudo isso, mas é preciso mais do que isso.
E tem gente que se escandaliza com a minha opinião. Babe, se você quer casar, vá em frente, não tô te criticando por isso, seja feliz, faça um festão e me convide.
Mas porra, eu não preciso querer casar porque vocês estão casando, certo?
Eu não preciso querer namorar agora porque todo mundo está namorando, certo?
Daí vem e dizem que eu sou chata, que eu acho que ninguém serve pra mim. Não, não acho isso. Eu só tenho outras prioridades agora. Eu posso querer ficar sozinha e MAIS, posso me sentir feliz assim?
" Fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho", ok, Tom, super concordo. Mesmo porque eu não sou sozinha e eu amo muito. Amo minha família, meus amigos, meus alunos, minha profissão, meu curso... Agora, vocês vem dizer que eu tô escolhendo demais? E se eu estiver mesmo? Não quero me casar pra me separar em dois anos.
Qual o medo de vocês, que eu fique pra titia?
E se eu ficar? Aliás, e se eu quiser ficar?
Será que eu preciso, será que eu tenho tanta necessidade de ter um homem ao meu lado pra ser feliz? Será que eu dependo só disso?
Eu tava em crise com tudo isso, por isso mesmo decidi escrever.
Mas agora, numa visão mais Gabriélistica de ser eu direi a vocês, minhazamiga, eu estou muito feliz assim.
Se eu penso em me casar um dia? Penso sim. Mas não é a primeira coisa que eu penso no dia e nem a mais importante. Já pensei muito nisso e hoje, com um pouco mais de serenidade eu entendo que tem coisas que vão muito além da nossa vontade e da nossa vã explicação.
Até tenho alguma esperança que em algum lugar do deserto está o pai dos meus filhos, talvez na mesma crise existencial que eu, ou num relacionamento frustrado ou dormindo numa rede debaixo duma goiabeira. Mas quer saber? Ele tá lá no fundo do plano das ideias, distante e descolorido porque não tem tanta importância agora.
Eu preciso aprender a cuidar de mim. Agora que eu tô conseguindo estabilizar minha vida do jeitinho que eu quero, pensar em mudar radicalmente porque a sociedade exige isso, não faz o menor sentido pra mim.
Deixei as pressões diretas e indiretas de lado, porque no fim das contas quem mais convive comigo sou eu mesma. Namorar porque eu me sinto pressionada a isso, casar porque existe uma cobrança social, ah, eu já me sinto um pouco mais madura pra dizer: não, obrigada.
Se o amor pintar, bom. Mas eu não vou sair pintando ninguém por aí, nem tentando adequar alguém do jeito que eu quero.
Depois de muito me lascar, tô aprendendo com o segredo da natureza: paciência.
Tem um Cara lá em cima que sabe e sempre soube o que é melhor pra mim, Ele me guia e é por isso que eu sempre estou no caminho que eu deveria estar, muito embora já tenha me desviado dele algumas vezes.
Os questionamentos e as crises sempre vão existir, a gente não pode mudar isso. Mas pode mudar a nossa maneira de encarar o que acontece com a gente.
Então, namorado, sogra, véu, grinalda, noivo, casa nova e afins, vocês podem esperar, ok? Joguei o buquê e saí fugida de motinha. Agora não é a hora, ok?
Eu vou seguindo minha vida feliz. Sozinha? Não, porque eu tenho um monte de gente linda que me ama e sempre está ao meu lado.
Eu só tô batendo as minhas asas por aí, tranquilamente, e se um dia eu achar um lugar propício, eu pouso.






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