terça-feira, 15 de março de 2011

O menino da jaqueta de couro

Tudo bem se você achou mesmo que eu estava apaixonada por você. Essas minhas demonstrações intensas podem assustar e elas assustam mesmo.
Mas só pra deixar muito claro que eu não amo você, nem amei naqueles dias atrás, nem pretendo isso. Você só conseguiu trazer um pouco de encanto pra minha vida que pareceu tão desencantada depois que tanta coisa aconteceu.
Mesmo assim, não fico triste com o seu "tchau" tão gélido diante do meu "até logo" tão radiante.
Eu não espero mais nada das pessoas, eu faço por mim, pela sensação de ter meu coração aliviado depois de ter feito. Seja uma ligação que eu retorno mesmo sem necessidade, ou um encontro que eu proponho pra acertas as contas ou simplesmente algumas vinte e tantas páginas que eu escrevo pra alguém.
Eu não espero outra ligação depois da minha, nem um sorriso no encontro que eu propus, nem um abraço mais forte depois de entregar as vinte e tantas páginas.
Eu desliguei o telefone e meu coração estava aliviado. Eu voltei do encontro e meu coração estava aliviado. Eu entreguei as páginas e meu coração estava aliviado.
Não importa as reações. É claro que se elas se sobressaltarem, elas vão importar, mas se foram mornas, eu não me importo.
Porque no fim será sempre eu e meu coração. E é a ele que devo satisfações, é com ele que eu me entendo, é ele que eu carrego e que me carrega.
Tá tudo bem. Você só precisa entender de alguma forma que alguém que se conhece o suficiente pra agir seguindo o próprio coração, não vai tomar seu tempo nem ter atitudes de uma menina de dezesseis anos.
Mas tudo bem, a gente vai crescendo e você é tão jovem quanto eu.
Não me arrependo de uma só linha, nem de uma página, nem de nada que eu escrevi pra você. Sou muito honesta comigo mesma e espero que você saiba enxergar a verdade naquelas tantas palavras que eu escrevi com tanto carinho pra você.
Não me lembro de ter colocado tanto empenho e ter feito com tanta vontade um presente com as minhas próprias mãos. Apesar da sua frieza da última vez que nos vimos, você foi uma das minhas mais intensas e doces inspirações. Inspiração, que fique bem clara essa palavra.
Veio e foi tão rápido que mal deu pra sentir direito os efeitos teus, mesmo porque eles já passaram. Meteórico, assim como o Carnaval que já se foi.
Mesmo assim eu vou guardar comigo a cópia daquelas páginas e o cheiro da sua jaqueta de couro. Vai que num dia qualquer, dá vontade de escrever sobre você de novo...



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