quarta-feira, 16 de março de 2011

Saudade de mim

Ontem aquele sentimento bateu. Senti o coração quente, como se algo novo estivesse me rondando.
Pensei e tentei definir. Não deu. Mas sem pensar se definiu: era saudade.
Uma saudade gostosa, muito gostosa.
Daí veio o segundo passo, pensar de quem eu estava sentindo saudade.
Pensei. Tentei encaixar rostos na saudade pra ver se dava certo. Não era de nenhum daqueles rostos que eu sentia saudade.
E ela crescia dentro de mim... Foi quando se expandiu e eu percebi...
A saudade que eu estava sentindo não pertencia a ninguém, muito pelo contrário. A saudade que eu estava era de mim! Isso mesmo! Estava com saudade de mim! Uma imensa, bruta, quente e deliciosa saudade de mim!
Fazia taaanto tempo que eu não me deixava sentir falta de mim. Sempre procurando alguém pra ser o causador da minha saudade, agora eu me via com saudade... de mim!
E eu quis me abraçar muito forte e me perguntar " Por onde você esteve esse tempo todo? Por favor, nunca mais se perca de mim! Ter você do meu lado, dentro de mim é a melhor coisa do mundo!".
Triste pensar que de certa forma eu me deixei esquecer me preocupando de lembrar tanto de um, de outro...
E quando percebi essa saudade toda quis muito sair comigo, quis me levar pra jantar, quis me divertir e fazer todas as coisas do mundo! Quis me fazer feliz e descobrir mil mundos comigo!
Quis saber do que eu gostava, do que eu poderia gostar, onde eu gostava de ir e quantos mil lugares eu poderia me levar!
E de quem eu precisava mesmo? Ah sim, DE MIM!
Então eu fui fazer o que a gente costuma fazer quando quer matar a saudade da pessoa quando a reencontra e ela também quer matar a saudade da gente: fui dormir comigo.
Eu e eu mesma. Sem ninguém pra me atrapalhar, sem ninguém pra me acordar do meu sono comigo mesma. Sem ninguém pra me mandar ir mais pra lá, roncar na minha orelha, roubar meu cobertor. Naquela noite era eu e eu mesma. Mim, comigo. E só.
Ah, que saudade de mim que eu estava!

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